Assange viveu sete anos na embaixada do Equador em Londres. No edifício onde se entrincheirou para evitar ser detido e extraditado para os EUA, a convivência entre a equipa e os visitantes de Assange, os funcionários da embaixada e os responsáveis pela segurança, terá sido desafiante, com suspeitas mútuas, desentendimentos e momentos de tensão.
O homem que tinha horror a ser espiado, vivia rodeado de cameras e seguranças. O jornal espanhol ‘El País’ reuniu testemunhos de funcionários da empresa espanhola responsável pela segurança do edifício até 2017, altura em que Lenin Moreno é eleito presidente do Equador e o ciberativista mais procurado do mundo passa a acumular o estatuto de hóspede mais incómodo.
Entre as imagens reveladas pelo ‘El Pais’ mostram-se momentos descritos como desentendimentos entre Assange e a equipa de segurança. Um deles tem lugar quando um grupo de amigos de Assange se recusa a sair da embaixada. O segurança chega a pedir ajuda aos polícias britânicos do outro lado da porta. A fronteira que separava Assange da detenção. O ‘El País’ relata que o assunto só se resolve com a intervenção do embaixador, já de madrugada.
Mas as revelações não ficam por aqui. De acordo com a imprensa internacional, além da frequência com que Assange andava de skate durante a noite na embaixada e das agressões físicas a funcionários da missão diplomática, questões de higiene estiveram na origem dos problemas. O ativista andava frequentemente em roupa interior na embaixada e passava semanas sem tomar banho. A falta de higiene levou-o a ter problemas dentários, sempre com o governo equatoriano a sustentar despesas médicas.
Assange chegou mesmo a espalhar as suas próprias fezes nas paredes da embaixada do Equador. “Quando queria ser desagradável punha excrementos nas paredes e deixava roupa interior com excrementos no lavatório. Tínhamos de insistir com ele para despejar o autoclismo e para lavar a loiça”, afirma o embaixador equatoriano em Londres, frisando que Assange abusou repetidamente do asilo que lhe foi concedido.
O fundador da Wikileaks pediu asilo politico em 2012 para não ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação. No Reino Unido enfrenta a acusação de violação de liberdade condicional punível até um ano por não se ter apresentado em tribunal em 2012. Os Estados Unidos querem julgá-lo pela divulgação de documentos secretos em 2010. Se for acusado de pirataria informática, poderá ser condenado até 5 anos de prisão, mas se a acusação vier a ser de espionagem poderá ser condenado a prisão perpétua ou a pena de morte.
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