Nos últimos anos, o mercado dos medicamentos para combate à obesidade dos últimos anos tem testemunhado a chegada da opção de toma de comprimidos com alguma eficácia. No entanto, há um problema com estes medicamentos: são sujeitos a receita médica e destinam-se à diabetes tipo 2, não sendo propriamente para quem quer perder peso.
Atualmente, existem duas farmacêuticas bastante ativas e dominantes no mercado do combate à obesidade: a Eli Lilly e a Novo Nordisk. Contudo, o império pode vir a ser afetado, uma vez que os laboratórios têm avançado com estudo de medicamentos próprios para a obesidade, o que tem despertado a atenção do mercado.
Exemplo disso é a Viking Therapeutics. A farmacêutica norte-americana apresentou resultados promissores da sua injeção e revelou estar a trabalhar num medicamento oral, atraindo olhares atentos. Isso ficou ainda mais claro quando as ações da empresa de biotecnologia disparou 39% numa sessão, elevando a valorização desde janeiro até aos 235%.
Dados da Goldman Sachs revelam que o mercado da obesidade deverá crescer 14 mil milhões de dólares só este ano, existindo a forte possibilidade de atingir os 130 mil milhões de dólares até 2030. Só estes valores deixam claros o porquê do interesse súbito das farmacêuticas e da biotecnologia neste tema.
Outros cálculos efetuados pela Bloomberg também vão nesse sentido: os resultados positivos dos testes das empresas para o desenvolvimento de um medicamento anti-obesidade já gerou 93 mil milhões de dólares em valor de mercado para as empresas só através dos títulos negociados em bolsa.
Mas há provas concretas. A Novo Nordisk é a empresa campeã neste sentido, tendo desenvolvido o produto que mais ficou conhecido, o Ozempic. Este medicamento foi desenvolvido para tratar diabetes, sendo que os efeitos secundários implicam redução do apetite e uma digestão mais lenta, o que provoca redução da gordura corporal. E tem ainda o Wegovy.
Tanto o sucesso do Ozempic e do Wegovy ajudaram a impulsionar os ganhos da Novo Nordisk em bolsa. Em setembro do ano passado, a Novo Nordisk tornou-se a empresa mais valiosa cotada na Europa, superando então a luxuosa Louis Vuitton, ao somar 397,9 mil milhões de euros. Mas o seu valor é muito superior: volvido quase um ano, a farmacêutica contabiliza hoje uma capitalização de 4,05 biliões de coroas dinamarquesas (542 mil milhões de euros).
Também Eli Lilly, forte concorrente da dinamarquesa, comercializa dois medicamentos para a diabetes, embora bastante usados por pacientes obesos ou com excesso de peso, o Mounjarro e o Zepbound. No entanto, as diferenças são gritantes quando se compara a capitalização, uma vez que a norte-americana está a valer 722,82 mil milhões de dólares (667,8 mil milhões de euros).
Mas nem tudo são rosas para as duas empresas. É que estas duas empresas estão a enfrentar alguns desafios, nomeadamente em satisfazer a enorme procura. Por isso mesmo, a Eli Lilly e a Novo Nordisk têm investido milhares de milhões nas suas capacidades de produção e aquisição de outras empresas, de forma a acelerar os ganhos.
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