A OCDE prevê um aumento de 3 a 4 pontos percentuais no PIB norte-americano no próximo ano em resultado do programa de estímulos aprovado este sábado pelo Senado, um resultado que levaria o país ao retorno ao pleno emprego, como se pode ler no relatório de previsão económica da organização conhecido esta terça-feira.
O plano de recuperação avaliado em 1,9 biliões de dólares (1,6 biliões de euros) deverá dar um forte ímpeto à economia mais afetada no mundo pela pandemia, apesar do ritmo a que estes efeitos se desenrolarão ser ainda incerto, dada a influência das medidas de contenção que têm vindo a ser implementadas aquando de novas vagas.
Assim, medidas como os pagamentos diretos às famílias devem constituir um forte estímulo ao consumo, tanto interno, como externo, mas o timing do mesmo está dependente da existência de novos confinamentos ou restrições à atividade.
De resto, o aumento do consumo externo deverá também impulsionar as economias com relações comerciais mais estreitas com os EUA. A OCDE antecipa crescimentos de 0,5 a 1 ponto percentual (p.p.) nos mercados mexicana e canadiano, os principais parceiros económicos do país. Já a União Europeia e China deverão registar um impacto positivo de 0,25 a 0,5 p.p. nos seus produtos.
A balança externa americana também refletirá este efeito, sendo expectável um agravamento do défice externo do país em 0,75 p.p. no primeiro ano do pacote.
Esta expansão do consumo e aquecimento da economia deverão, por um lado, fazer crescer o emprego, que começa a dar sinais claros de retoma, mas está ainda muito abaixo do pleno emprego pré-Covid, e também a inflação. A OCDE estima um aumento de 2,25 a 3 milhões de postos de emprego até ao final do corrente ano, enquanto que a inflação deverá subir cerca de 0,75 p.p. por ano de estímulos.
Recorde-se que esta é uma preocupação recente dos mercados que tem vindo a levar a um aumento das taxas de juro da dívida soberana norte-americana. Esta segunda-feira, a nova secretária de Estado do Tesouro, Janet Yellen, procurou acalmar os investidores ao afirmar que não antecipa uma inflação galopante fruto dos apoios e que este indicador estava demasiado baixo antes da pandemia, pelo que um ligeiro aumento não seria grave.
A OCDE faz ainda saber que baseia esta análise no pressuposto de que três quintos do pacote é mobilizado em 2021, com o restante em 2022, e acredita que o impacto será maioritariamente de curto-prazo, com efeitos “modestos” a partir de 2023. Adicionalmente, o modelo assume que as taxas de juro de referência das economias desenvolvidas se mantêm estáveis até 2022 e que a Reserva Federal não acomoda o proposto aumento do salário mínimo federal para 15 dólares (12,62 euros) horários.
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