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OmegaPro: Esquema em pirâmide afeta mais de 150 pessoas em Portugal

Um esquema em pirâmide de criptomoedas burlou mais de três milhões de pessoas a nível mundial, tendo utilizado várias figuras públicas para a promoção de um produto que não existia. Fundadores da OmegaPro já teriam outros “negócios duvidosos”.
13 Agosto 2024, 10h39

Um novo esquema em pirâmide afetou mais de três milhões de pessoas em 55 países, das quais 156 em território nacional. O OmegaPro está a ser classificado como “o maior esquema de fraude em pirâmide de sempre” pelo advogado Lars Olofsson, considerando que utilizou vários ex-futebolistas e atores de Hollywood e Bollywood na promoção do esquema com criptomoedas.

Segundo o jornal “Público”, a empresa OmegaPro prometida uma rentabilidade de até 300% em 16 meses, com um investimento mínimo de 100 euros. Segundo o advogado sueco, que representa cerca de 2.500 lesados, entre os quais portugueses, o investimento médio dos clientes rondou os 120 mil euros.

Aponta o diário que, consoante o investimento efetuado, havia um ranking de categorias que davam acesso a prémio e eventos da empresa. Entre os prémios a ganhar estariam valores monetários, computadores, smartphones, viagens ou eletrodomésticos.

De acordo com o advogado, os fundadores da empresa (Andreas Szakacs, Dilawar e Mike Sims) já estiveram envolvidos em outros negócios que apresentaram carácter duvidoso.  “Apostaram em captar como clientes pessoas que têm pouca literacia financeira, que não são muito ricas, criando todo um marketing à volta do negócio que envolveu a contratação como embaixadores da marca estrelas do futebol e do cinema, e fazer convenções com gurus de liderança e de gestão em hotéis de luxo”, explica Olofsson ao diário.
A OmegaPro apareceu no mercado em 2019 e ‘desapareceu’ em julho de 2023, tendo-se apresentado enquanto “empresa de investimento e marketing de produtos financeiros”. Com sede em Londres e no Dubai, a empresa negociava em Foreign Exchange Market, conhecido como Forex, que lucra com flutuações nos valores das moedas, com os investidores a transferirem o dinheiro para a empresa em criptomoedas.

Como funcionava o ranking?

Dependentemente do investimento realizado então pelo investidor (agora vítima), estas tinham acesso a um patamar.

Ora, indica a publicação que todos começavam enquanto “Associado”, um patamar com investimentos entre os 360 e 550 euros, seguindo para “Construtor” para investimentos entre 5.500 e 8.300 euros. Por sua vez, a “Prata” somava investimentos entre 14.600 e 22 mil euros, “Ouro” para investimentos entre 27.500 e 50 mil euros e “Platina” para os mais avultados, entre 55 mil e 83 mil euros.

Mas existiam ainda outras categorias, onde os investimentos tinham de ascender às casas dos milhões. Eram essas as categorias Diamante, Diamante Azul, Coroa de Diamante, Coroa de Diamante Real e Coroa de Diamante Presidencial, esta com um investimento mínimo de 17 milhões de euros.

Quais as figuras públicas envolvidas no esquema?

Para se mostrar de confiança, a empresa organizava eventos a grande escala e com figuras conhecidas do público geral. Nas várias provas de rally, convenções ou torneios de futebol, a OmegaPro usava as figuras públicas para mostrar que o seu negócio era credível.

Noticia o “Público” que Luís Figo, Ronaldinho e Iker Casillas estão entre as figuras do futebol utilizadas para promover a OmegaPro, numa lista que se estende a Steven Seagal ou Suniel Shetty, e ainda a gurus do marketing e coachs motivacionais, como Eric Worre e Les Brown.

Lars Olofsson admite estar a preparar ações judiciais contra 20 destas personalidades que promoveram o OmegaPro como algo credível, lançando criticas de que os famosos têm responsabilidade acrescida nos temas em que promovem junto dos fãs e seguidores.

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