Os cortes recentes na produção deste ano acordados pela Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) deverão agravar significativamente o défice do mercado global, segundo as projeções do cartel. Nas previsões atualizadas esta quinta-feira, a organização manteve inalterada a expectativa quanto à procura global, embora cite riscos descendentes.
No seu relatório mensal sobre o mercado global de petróleo, a OPEP e aliados, um grupo alargado de produtores da matéria-prima que inclui a Rússia, México, Cazaquistão e outros, cita as incertezas em torno da procura este ano como um dos motivos para o corte recente na produção.
O documento menciona a subida dos juros diretores nos EUA como um dos motivos a agravar a incerteza este verão, temendo que este processo de aperto monetário acabe por afetar a procura pelo ‘ouro negro’. Por outro lado, a reabertura da economia chinesa ainda não conferiu o impulso ao mercado petrolífero esperado há alguns meses, dificultando ainda mais o cenário para o resto do ano.
Ainda assim, a procura para este ano é vista como crescendo por 2,3 milhões de barris por dia (bpd), tal como no anterior documento de previsões do cartel. Já a economia global deve crescer 2,6%, outra previsão inalterada em relação ao mais recente exercício.
Recorde-se que o cartel surpreendeu os mercados internacionais a 2 de abril ao anunciar um corte da produção de 1,16 milhões de bpd, lançando a cotação do barril de novo em alta e aproximando-se dos 90 dólares (81,40 euros).
A produção de março da OPEP+ caiu, refletindo já cortes passados, pode-se ler no documento. O output de março chegou a 28,8 milhões de bpd, um decréscimo de 86 mil em relação ao mês anterior.
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