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Outsiders faz-nos o retrato da América contemporânea

A América contemporânea chega a Lisboa através de 12 filmes independentes sobre a família, nas suas múltiplas declinações. Cortesia de Outsiders, o Ciclo de Cinema Independente Americano dinamizado pela FLAD, de 30 de abril a 5 de maio.
29 Abril 2024, 19h10

O Cinema São Jorge, em Lisboa volta a ser o epicentro de Outsiders – Ciclo de Cinema Independente Americano, de 30 de abril a 5 de maio. Na 3ª edição serão exibidos 12 filmes de realizadores independentes inéditos em Portugal, e já têm no currículo um importante percurso nos mais prestigiados festivais de cinema do mundo.

O realizador norte-americano Patrick Wang é o convidado desta edição, no âmbito da qual irá apresentar dois dos seus filmes – “The Grief of Others” e “A Bread Factory” –, e dar uma masterclasse na Faculdade de Belas Artes no dia 3 de maio.

Carlos Nogueira, programador do Outsiders, saliente no comunicado de apresentação do Outsiders 2024 que “bastaram três filmes, realizados entre 2011 e 2018, para granjear a Patrick Wang a reputação de segredo mais bem guardado do cinema independente americano”. Razão pela qual teria de marcar presença neste ciclo, até porque “os seus filmes são tão naturalmente densos, inventivos, experimentais e emotivos que é quase impossível fazer-lhes justiça com simples palavras ou um só visionamento. Cada um deles foi quase unanimemente incensado pela crítica. E, contudo, Patrick Wang permanece virtualmente desconhecido, sobretudo deste lado do Atlântico”, realça ainda Carlos Nogueira.

Refira-se, a título de curiosidade, que Patrick Wang nasceu no Texas, no seio de uma família de imigrantes taiwaneses. Licenciou-se em economia, com uma especialização em música e teatro, no MIT. Tem um percurso deveras interessante e foi escolhido pelo programador desta iniciativa da FLAD – Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, para tentar responder à questão “o que é, hoje, a família americana?”.

 

 

“The Unknown Country”, da realizadora Morrisa Maltz, marca o arranque de Outsiders, no dia 30 de abril. Protagonizado por Lily Gladstone, a primeira atriz nativa norte-americana nomeada para o Óscar de Melhor Atriz (pelo seu desempenho em “Killers of the Flower Moon”, de Martin Scorcese), teve sua estreia mundial no Festival South by Southwest, e narra a história de uma jovem mulher em luto por um familiar próximo, que embarca numa viagem após receber um convite inesperado.

O feria do 1º de Maio leva três filmes ao Cinema São Jorge. “Land Ho!”, uma comédia dramática realizada por Martha Stephens e Aaron Katz, sobre dois ex-cunhados reformados, que decidem fazer uma viagem à Islândia para reacender a sua amizade; “South Mountain”, de Hilary Brougher, aborda as complexidades das relações familiares, os desafios da maternidade e as mudanças nas dinâmicas conjugais; “Pier Kids”, realizado por Elegance Bratton, em 2019, encerra o dia, documentando a vida de um grupo de jovens sem-abrigo LGBTQI+, que passa, inevitavelmente, por temas como identidade, família e pertença.

No dia 2 de maio é exibido o filme “The Cathedral” (2017), de Ricky D’Ambrose, que acompanha os altos e baixos da história de uma família através do olhar do narrador, explorando temas como memória, identidade e nostalgia. Já no dia 3 de maio, às 19h00, estarão em foco a solidão, amizade intergeracional e aceitação, com o filme “Driveways”, realizado por Andrew Ahn. Às 21h15 teremos terror psicológico com “Birth/Rebirth”. O filme estreou comercialmente nos EUA em agosto do ano passado, depois de uma passagem por Sundance, e marcou a estreia de Laura Moss na realização.

No último dia da 3ª edição de Ousiders, a 5 de maio, serão exibidas duas obras: “Bloody Nose, Empty Pockets”, realizado a quatro mãos pelos irmãos Bill Ross IV e Turner Ross. A ação decorre na véspera do encerramento definitivo de um bar em Las Vegas e tem uma abordagem muito orgânica e improvisada, cruzando ficção e documentário. E, last but not the least, “A Thousand and One”, que acompanha uma jovem negra acabada de sair da prisão e toma a desesperada decisão de “sequestrar” o filho de seis anos de uma família de acolhimento – uma experiência idêntica à que ela vivenciou. O filme que marca a estreia da realizadora e argumentista A.V. Rockwell na longa-metragem já lhe valeu o Grande Prémio do Júri no Festival de Sundance 2023, e a presença em festivais de referência como South byhttps://youtu.be/-0Y3P2_rxr4 Southwest, Locarno ou Berlim.

Consulte o programa completo aqui.

 

 

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