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Pagamentos eletrónicos não são exclusivos dos ‘millennials’

Estudo encomendado para a Mastercard Portugal demonstra que a população mais idosa portuguesa já utiliza as novas tecnologias para efetuar pagamentos. Embora não acreditem que o dinheiro em numerário vá desparecer, os mais velhos vêem na tecnologia uma ajuda a controlar as finanças pessoais.
13 Dezembro 2018, 07h25

Os millennials, a geração nascida entre o início dos anos 1980 e o final dos anos 1990, segundo algumas definições, são caracterizados por serem adeptos da utilização de uma panóplia de serviços que se concentram num smartphone. Se precisam de se deslocar podem chamar um Uber, reservar uma trotineta ou uma scooter elétrica. Se têm fome pedem um Uber Eats ou um Glovo e passados uns minutos têm uma refeição em casa. Os serviços são inúmeros e crescem de dia para a dia, mas todos têm um ponto em comum: são cashless, isto é, não exigem o respetivo pagamento em numerário (vulgo ‘dinheiro vivo’).

Mas não nos podemos esquecer de que atualmente, na sociedade, coexistem cinco gerações diferentes – os tradicionalistas, que nasceram antes de 1946, seguindo-se os baby boomers, que nasceram até 1964, a geração X, que inclui os que nasceram até 1975, os millennials (também conhecidos como a geração Y) e, depois, a geração Z. Todos nasceram em épocas distintas e as respetivas experiências de vida influenciam a relação com a tecnologia e com os métodos de pagamento. Mas desenganem-se aqueles que pensam que os pagamentos cashless são exclusivos dos mais novos.

Em Portugal, 11% das pessoas entre os 60 e os 74 anos anos de idade sentem-se insatisfeitos com os pagamentos em numerário. Esta é uma das conclusões do estudo “Hábitos e atitudes face à revolução dos meios de pagamento”, elaborado para a Mastercard Portugal pela empresa de estudos de mercado Ipsos-Apeme, que demonstrou que os pagamentos eletrónicos também são utilizados pela população portuguesa mais sénior, depois de realizar 600 entrevistas telefónicas.

São várias as razões que justificam esta insatisfação. Segundo o estudo, 44% afirmou que pagar em dinheiro não é cómodo, além de dificultar o controlo financeiro. Ainda assim preferem pagar em numerário mas para a maioria da população mais idosa, os dois métodos de pagamento são igualmente satisfatórios (73%).

Paulo Raposo, country manager da Mastercard em Portugal, referiu que o “estudo surpreende”, uma vez que desmistificou “o mito urbano de que os nossos pais e avós não estão a acompanhar a evolução tecnológica”.

Consoante o valor do pagamento, os mais idosos escolhem pagar em numerário ou através do cartão. Mas, quando as despesas não ultrapassam os 20 euros, este segmento da população prefere pagar em numerário. Estão abrangidas nestas situações as pequenas despesas, como o café ou o jornal. O pagamento em numerário para estas transações justifica-se por outras razões, uma vez que  20% dos inquiridos afirmaram que os estabelecimentos comerciais não têm ou não aceitam outro método de pagamento.

No entanto, sobre novos meios de pagamento e às  evoluções dos últimos anos, 14% dos inquiridos destacam o homebanking, 11% os pagamentos contactless, os pagamentos através do telemóvel e os cartões virtuais para pagamentos online. E, em relação às operações realizadas, 45% disseram consultar online o saldo da sua conta bancária.

Paulo Raposo frisou que “a grande surpresa nos dados que o estudo nos trouxe, está na perceção que este segmento da população, por princípio mais conservador nos seus hábitos, tem da panóplia de opções de pagamento que tem à sua disposição e, depois, na forma como a está já a usar”.

Sobre o futuro, muitos inquiridos consideraram que dominar a tecnologia vai facilitar o controlo das finanças pessoas, mas discordaram que “o dinheiro, como o conhecemos hoje, deixará de existir”, com 43% dos inquiridos a acreditar que, dentro de uma década, “tudo será feito via online ou digital”

“Este estudo boas indicações e revela que é preciso continuar a investir em campanhas de sensibilização para as vantagens dos novos meios de pagamento, nomeadamente, em relação ao contactless, que é, sem dúvida, o próximo nível tecnológico do sector dos pagamentos a que este segmento da população mostra uma total abertura e vontade de utilizar”, concluiu Paulo Raposo.

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