Está em curso uma verdadeira transformação na área de pagamentos a nível global, cujo fim último é a melhoria da experiência do consumidor. Óscar Martinez, responsável de vendas Ibérico da Ingenico ePayments, aponta as linhas mestras desta nova realidade: Para o eBusiness e para a indústria de pagamentos os maiores desafios giram em torno de dois eixos que convergem no utilizador final: proteger ao máximo os direitos dos consumidores e melhorar a experiência de compra desse mesmo consumidor. Pode dizer-se que nunca, como hoje, o consumidor foi tão poderoso.
A nova Diretiva Europeia de Serviços de Pagamentos (PSD2, na sigla em inglês), que entrou vigor no início do ano e que deveria ter sido transposta até 13 de janeiro de 2018, tem como objetivo contribuir para a criação de um mercado único de serviços de pagamentos no espaço europeu, aumentando à vez a segurança dos pagamentos na Internet. A transposição da Diretiva foi aprovada na generalidade na Assembleia da República a 3 de maio e está atualmente em fase de discussão na especialidade.
A Diretiva, é um pilar fundamental desta realidade em construção, que fará dos pagamentos, como os vemos hoje, quase que uma miragem. Gustavo Mora Anades usa mesmo a expressão “invisível” para os definir. A opinião da maioria dos especialistas sobre o futuro dos pagamentos aponta para o processo de “pagamento invisível”, em que a interação humana com o processo de pagamento é reduzida ao mínimo para uma melhor experiência do utilizador”, justifica o diretor de marketing estratégico da empresa de segurança S21sec.
Num futuro não muito distante, o consumidor mais não quer do que “conseguir pagar em todo o mundo”, adotando a variedade de formas de pagamento existentes aos vários cenários. Como explica João Pedro Duarte, diretor-geral para o sul da eSouthern Europa da Glase FinTehch (antiga Seqr): “Tocar e Pagar (contactless), Ler e Pagar (Qr Code), enviar dinheiro em tempo real entre países e em várias moedas encaixam no que nós estimamos que seja o futuro dos pagamentos, um único dispositivo, uma única aplicação, para todos os cenários de pagamento”, assinala.
Idêntica é a perspetiva de Miguel Gomes Ferreira, administrador comercial e de marketing na NewNote Solutions, para quem a grande mudança que se avizinha prende-se com a adoção de novas plataformas de pagamento baseadas em smartphones, dispositivos wearable e pagamentos com Internet das Coisas (IoT).
Num mundo em que os consumidores se vão tornar cada vez mais digitais, não só a nível de e-commerce, mas cada vez mais no mCommerce, isto é nos pagamentos realizados dentro das apps dos smartphones, que empresas vão prosperar no negócio? Pedro Branco, diretor sénior de serviços financeiros da Glintt, é taxativo: “do ponto de vista das tecnologias, vamos ter muito em breve a entrada das bigtech no mercado de empresas como a Apple, Google, Amazon, entre outras, que vão reclamar a sua quota de mercado”. À partida, este tipo de empresas, que dispõe de sistemas de pagamento completamente integrados na experiência de consumo, leva vantagem, colocando os bancos tradicionais sob pressão para adaptarem os seus modelos de negócio aos novos tempos. “Os bancos necessitam de fornecer novos produtos e serviços, diretamente ou através de terceiros, que potencializem as relações com os clientes e criem novas fontes de rendimento”, avança José Pratas, responsável pelas áreas de comunicações, indústria, setor público, transportes e serviços financeiros da CGI.
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