O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que os países pobres serão incapazes de enfrentar sozinhos aos efeitos económicos do aquecimento global, sem um esforço global das economias desenvolvidas. As previsões são de uma perda estimada de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita até 2100.
“Se não houver esforços globais para diminuir as emissões de carbono, o previsto aumento na temperatura suprimirá cerca de uma décima parte do PIB per capita dos países de baixos investimentos para finais do século XXI”, apontou o FMI num dos capítulos analíticos do relatório Perspectivas Económicas Globais, publicado esta quarta-feira.
Estas projeções baseiam-se em cenários conservadores de aumento de um grau centígrado na temperatura destes países, o que se traduziria numa menor produção agrícola e diminuição dos investimentos.
O documento enfatiza que “uma vez que as economias avançadas e emergentes são as que contribuíram em grande medida para o aquecimento global e devem continuar nesse caminho, ajudar os países de baixos investimentos a encarar as consequências é um imperativo humanitário e uma sensata política económica global”.
Para o organismo dirigido por Christine Lagarde, um dos principais problemas é que “as políticas domésticas destes países não são suficientes” para protegê-los das alterações climáticas, devido aos poucos recursos económicos, ao citar exemplos de alguns dos países mais expostos, como o Haiti, o Gabão e Bangladesh.
“À medida que as altas temperaturas ultrapassam os limites biofísicos dos ecossistemas destes países, poderia haver epidemias mais frequentes, fome e outros desastres naturais, ao mesmo tempo que é alimentada a pressão migratória e o risco de conflitos”, indicou.
Cerca de 60% da população mundial vive em países onde o aquecimento global provavelmente produzirá estes “efeitos perniciosos”, frisou.
O FMI irá apresentar o relatório completo, com as novas projeções de crescimento global, na Assembleia Anual que será realizada em Washington, entre 10 e 15 de outubro, e na qual estão presentes os ministros de Economia de 189 países-membros.
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