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Pandemia aumentou consciencialização sobre o impacto dos atrasos de pagamento nos pequenos negócios

O European Payment Report 2021, revela que 40% dos portugueses admitiu ter aceite prazos de pagamento mais longos para evitar o risco de falência. Este valor apresenta uma subida acentuada de nove pontos percentuais face a 2020, com a média europeia a situar-se em 39%.
4 Agosto 2021, 11h23

Um novo estudo da Intrum aponta que a pandemia de Covid-19 aumentou a consciencialização relativamente ao impacto que o atraso dos pagamento tem sobre os pequenos negócios, com 55% dos inquiridos a admitir este facto.

O European Payment Report 2021 (EPR) revela que 40% dos portugueses admitiu ter aceite prazos de pagamento mais longos para evitar o risco de falência. Esta valor apresenta uma subida acentuada de nove pontos percentuais face a 2020, com a média europeia a situar-se em 39%.

O  relatório da Intrum sustenta ainda que 46% dos inquiridos portugueses revelam que “as condições de pagamento que atualmente oferecemos aos clientes são muito generosas, mas estão a prejudicar-nos como empresa”. Este também representa um valor superior à media europeia, que se fixou em 43%.

Metade dos portugueses inquiridos pelo estudo da Intrum assumiu ainda que a crescente incerteza macroeconómica os levou a dilatar as condições de pagamento aos seus fornecedores.

A maioria das empresas decidiu ainda adotar uma abordagem proativa para a liquidez, com 59% das empresas europeias a afirmar que a crise sanitária motivou a mitigar melhor o risco de atrasos nos pagamentos nos seus negócios. Em Portugal, os resultados estão em linha com a média europeia, situando-se nos 58%.

“As empresas ao tomarem consciência do papel que têm nesta matéria, focam-se na procura ou implementação de medidas preventivas dentro das suas organizações para mitigar o impacto negativo e protegerem-se dos atrasos de pagamento”, afirma Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum.

“Em Portugal, o pré-pagamento aparece no topo das medidas enunciadas, com 43%, valor igual à média europeia. Dos países do sul da Europa, Itália destaca-se na adoção desta medida preventiva, com 48%, cinco pontos percentuais acima de Portugal e da média europeia. As cobranças e o controlo de crédito são as medidas preventivas mais utilizadas em Portugal, depois do pré-pagamento”, destaca.

A diferença do número de dias entre as condições de pagamento acordadas e o dia efetivo diminuiu em 2020. Nos últimos 12 meses, o gap de pagamento médio europeu para o sector público e clientes business to business (B2B) foi reduzido de 15 para dez dias e de 14 para 11 dias, respetivamente, tendo aumentado para clientes consumidores business to consumer (B2C) de sete para nove dias.

Em Portugal, o diferencial entre o prazo acordado e o recebimento, diminuiu nos três segmentos analisados B2B, B2C e sector público: de 14 para oito dias, de 18 para 12 dias e de 24 para 12 dias, respetivamente.

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