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Pandemia não atrasará mobilidade na CPLP

“Já não vai atrasar [a mobilidade] porque o documento já está consensualizado, o que é mais importante”, afirma o ministro cabo-verdiano Luís Filipe Tavares.
29 Setembro 2020, 22h00

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, país que detém a presidência rotativa da CPLP, afirma que a pandemia de covid-19 não vai atrasar a mobilidade na comunidade lusófona, salientando que o dossiê já está consensualizado.

“Já não vai atrasar [a mobilidade] porque o documento já está consensualizado, o que é mais importante”, disse Luís Filipe Tavares aos jornalistas, a partir da cidade da Praia, depois de uma reunião informal do Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), por videoconferência.

O ministro cabo-verdiano, enquanto presidente em exercício do Conselho de Ministros da CPLP, disse que em dezembro vai ser realizada outra reunião extraordinária dos chefes da diplomacia dos países lusófonos para aprovação do projeto de mobilidade dos cidadãos, apresentado por Cabo Verde.

A reunião deverá ser realizada em Cabo Verde e Luís Filipe Tavares disse que o “maior desejo” do país é que seja presencial, mas se não for possível por causa da covid-19, será realizada em modo virtual. Depois disso, o documento vai ser depois apreciado e ratificado na cimeira de Luanda, em julho de 2021, pelos chefes de Estado e de Governo da comunidade.

“Esperemos que até lá a situação da covid-19 estará resolvida, com vacinas ou uma vacina pelo menos global, para todos os países, mas há uma certeza: temos consenso na CPLP em matéria de mobilidade”, prosseguiu Luís Filipe Tavares, em declarações à imprensa proferidas esta segunda-feira.

Cabo Verde prolongou até 2021 a sua presidência rotativa da CPLP, após proposta de Angola, país que deveria assumir a liderança da organização lusófona em julho último.

A reunião virtual dos chefes da diplomacia da CPLP foi realizada à margem da 75.ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que este ano também decorre em formato de teleconferência devido à pandemia da covid-19.

Anualmente, os chefes da diplomacia da CPLP aproveitam a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, para se reunirem informalmente e discutirem vários assuntos relativos à comunidade lusófona.

Durante a reunião, Luís Filipe Tavares disse que foram abordados questões como as agendas dos respetivos países, a situação da covid-19 em todos os Estados-membros, do projeto de mobilidade de Cabo Verde, questões de segurança e luta contra a criminalidade organizada nos países.

Sobre a situação da covid-19 nos nove Estados-membros da CPLP, o ministro cabo-verdiano disse que ficaram acordadas várias questões importantes para minimizar os efeitos e combater a pandemia, desde logo a partilha de informações.

“Decidimos ter uma articulação muito forte em relação à pandemia da covid-19, as melhores práticas nos respetivos países, aquilo que cada um faz. É um desafio global, e para desafios globais, temos que ter uma resposta global ou respostas globais”, salientou.

Luís Filipe Tavares recordou que os ministros da Defesa, da Administração Interna e da Saúde já debateram a questão da criação de mecanismos para fazer face às catástrofes naturais e pandemia e disse que a reflexão vai continuar.

“A articulação é muito importante, tem havido uma grande solidariedade entre os Estados-membros da CPLP. Estamos a trabalhar entre nós e articularmos as medidas de política e informarmos uns aos outros sobre aquilo que de melhor cada um está a fazer”, prosseguiu o presidente em exercício do Conselho de Ministros da CPLP.

Na reunião de ontem, Portugal fez-se representar pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.

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