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“Para uns milhões, para outros tostões”: PAN e PEV apresentam propostas para acabar financiamento às touradas

O PAN lembrou que “para estes casos, PS e PSD invocam a lei travão e a necessidade de estabilidade orçamental, deixando para trás medidas da mais elementar justiça económica e social. Para a tauromaquia há sempre dinheiro e nunca ouvimos falar da lei travão.
  • Foto Agência EFE
7 Julho 2020, 20h30

A deputada do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) Mariana Silva e a deputada do PAN Inês de Sousa Real apresentaram, durante reunião plenária desta terça-feira, projetos lei que têm como objetivo impedir o financiamento público aos espetáculos tauromáquicos

O PAN lembrou que “para estes casos, PS e PSD invocam a lei travão e a necessidade de estabilidade orçamental, deixando para trás medidas da mais elementar justiça económica e social. Para a tauromaquia há sempre dinheiro e nunca ouvimos falar da lei travão. Para uns milhões, para outros tostões”.

“Nesta casa da democracia é importante falar-se em dados, mas é também fundamental discutir-se ética, valores e, obviamente, opções políticas para a atribuição de verbas. Até porque a realização de touradas em Portugal depende dos subsídios para a criação de touros”, referiu a deputada do PAN Inês de Sousa Real.

Sobre as formas de apoio à tauromaquia a deputada do PAN, destacou a “atribuição de subsídios para o apuramento da raça brava de lide, a transmissão das corridas de touros no canal público de televisão, apoios das autarquias: aquisição de bilhetes, construção e reabilitação de praças de touros, publicidade, escolas de toureio, como é o caso da Câmara de Vila Franca de Xira, que anualmente gasta mais de 270 mil em apoios à atividade tauromáquica, dos quais 60 mil euros vão para a «escola» de toureio”.

A praça de touros do Campo Pequeno que beneficia de uma isenção de IMI no valor de 9 milhões de euros, por ano, e os 2,5 milhões gastos na reabilitação da praça de touros de Estremoz também foram mencionados pelo PAN.

Já a deputada do PEV Mariana Silva explicou que “não tem que ser que ser todos os portugueses a pagar com dinheiros públicos as touradas através de apoios ou subsídios que são atribuídos a empresas particulares no âmbito da atividade tauromáquica”. A deputada do PEV lembrou ser importante “travar o financiamento publico às touradas, sendo esta uma atividade desrespeitadora do bem estar animal não pode depender do financiamento público”.

Mariana Silva destacou que este é “um tema tão sensível para os que não identificam e pedem que acabe como para os que não se imaginam ver decretado o fim desta atividade”. “As corridas de touros mesmo que sobre o prisma de um dia de espetáculo cultural não podem deixar de ser reconhecidas e comportando uma dose efetiva de violência, agressão, sofrimento de animais e até risco permanente morte para o toureiro”, referiu.

“A sociedade deverá caminhar no sentido do abandono de práticas que não são compatíveis com o estatuto de proteção reconhecido por todo o mundo aos animais”, defendeu Mariana Silva.

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