As fabricantes nipónicas Nissan e Honda apertaram mãos à moda antiga e anunciaram o avanço da parceria que vai permitir criar o terceiro maior fabricante automóvel a nível mundial. Entre os rumores e a confirmação foi preciso esperar apenas uma semana.
Contudo, as duas fabricantes automóveis indicam que a joint-venture vai avançará apenas a meio do próximo ano, sendo finalizada em 2026.
Em comunicado, a Nissan e a Honda lembram que assinaram um memorando de entendimento em março, que visa “uma parceria estratégica para a era do veículo inteligente e eletrificação”. Foi este passo inicial, explicam, que deu asas para a criação de uma colaboração mais extensa e em várias áreas.
“A 1 de agosto, ambas as companhias assinaram outro memorando para aprofundar o quadro da parceria. Foi então anunciado que concordaram em realizar investigação conjunta em tecnologias fundamentais na área de plataformas para veículos definidos por software de próxima geração, o que veio a permitir avançar para discussões focadas numa colaboração mais estreita”, lê-se no comunicado.
Com a consciência que a indústria automóvel se tem vindo a modificar e que a “inovação tecnológica acelerou”, esta joint-venture “tem como objetivo servir como uma opção para manter a competitividade global para as duas empresas continuarem a fornecer produtos e serviços mais atraentes para clientes”.
As duas fabricantes japonesas mostram-se expectantes perante a possibilidade de integrarem negócios que, nas suas visões, lhes vai acrescentar valor.
“Hoje é um momento crucial, pois iniciamos discussões sobre a integração de negócios que tem o potencial de moldar o nosso futuro. A concretizar-se, acredito que unindo os pontos fortes de ambas as empresas, podemos entregar valor inigualável aos clientes em todo o mundo que apreciam as nossas marcas. Juntos, podemos criar uma maneira única para aproveitarem automóveis que nenhuma das empresas conseguiria sozinha”, apontou o CEO da Nissan, Makoto Uchida, citado no mesmo comunicado.
Já o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, explicou que “a criação de um novo valor da mobilidade reunindo os recursos, incluindo conhecimento, talentos e tecnologias que a Honda e a Nissan vêm desenvolvendo ao longo dos anos é essencial para superar as desafiadoras mudanças ambientais que a indústria automobilística tem vindo a enfrentar. A Honda e a Nissan são duas empresas com pontos fortes distintos. Ainda estamos a iniciar a revisão e ainda não decidimos sobre uma integração de negócios, mas para encontrar uma direção para a possibilidade de integrar negócios até ao final de janeiro de 2025, vamos esforçar-nos para ser a única empresa líder que cria um novo valor de mobilidade por meio de reação química que só pode ser conduzida por meio da síntese das duas equipas”.
Segundo adiantam a Nissan e a Honda, há planos para a nova holding ser cotada no Prime Market da bolsa de Tóquio, com as ações a iniciarem as negociações em agosto de 2026.
“Com a listagem da holding conjunta, tanto a Nissan quanto a Honda se tornarão subsidiárias integrais da holding conjunta e serão programadas para serem retiradas da bolsa de Tóquio”, indicam. Ainda assim, vão ter a possibilidade de negociar ações da holding conjunta durante a transferência dos títulos.
No comunicado conjunto, é possível verificar que as duas empresas querem a execução do acordo definitivo sobre a integração das empresas até junho de 2025, onde já deverá constar o plano de transferência das ações.
A Assembleia-geral das companhias só deverá acontecer em abril de 2026, com a saída das negociações em “final de junho e início de agosto de 2026”.
A Nissan e a Honda avançam que caberá à Honda a nomeação da maioria dos diretores internos e externos da holding, sendo que o “presidente e diretor serão selecionados entre os nomeados pela Honda”.
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