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Páscoa em risco de ficar “seca” de combustíveis

O mercado português de combustíveis – gasolina, gasóleo e jet fuel para aviões – começa a ficar “seco” devido às paragens de reabastecimentos dos camiões-tanque que se encontram em greve. Responsáveis do setor temem dificuldades de abastecimento na Páscoa.
16 Abril 2019, 17h38

Os cerca de 2600 postos de abastecimento de combustíveis existentes em Portugal estão a ficar com os depósitos gradualmente vazios, sendo previsível que “perto de 1300 postos não tenham combustíveis na quinta-feira Santa”, admitiu o responsável da rede Prio, Pedro Morais Leitão. Isto significa que mesmo que possa vir a ser reposto o carregamento de combustíveis para sexta-feira Santa, por via da requisição civil, nessa altura boa parte dos postos de abastecimento da rede nacional estarão com os depósitos praticamente secos. Ou seja, esta Páscoa o mercado português corre o risco de ficar “seco” de combustíveis, teme o responsável da Prio.

Quanto aos 250 postos de abastecimento da rede Prio, cerca de 100 postos deverão chegar ao fim do dia de hoje, terça-feira, quase sem combustíveis, restando gasolina e gasóleo apenas nos postos que têm menor procura. “A rede da Prio tem um nível de procura muito elevado em comparação com a média de abastecimentos de combustíveis em postos de outras redes, pelo que os depósitos dos nossos postos tendem a ficar vazios mais depressa e se não for possível reabastecê-los, ficam secos”, explicou Pedro Morais Leitão.

Em contrapartida, “as unidades de tancagem da Prio em Aveiro, se não carregarem camiões-tanque, ficam cheias de combustível e será impossível manter em laboração o nosso equipamento que assegura a produção de bio-combustível”, adianta Morais Leitão, explicando que o mesmo se passará nas outras refinarias maiores se não conseguirem escoar combustíveis refinados. “Se as refinarias estiverem com os tanques cheios de combustíveis, sem possibilidade de escoar refinados, também terão de reduzir o débito de produção de gasolinas e gasóleos”, adianta Morais Leitão.

Para o porta-voz da Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas, João Reis, “os sindicatos e os motoristas dos camiões-tanque deverão acatar a requisição civil para que possa ser retomado o abastecimento de combustíveis aos postos da rede nacional e às unidades de tancagem dos aeroportos de Lisboa e de Faro”.

“É difícil fazer previsões sobre a situação geral dos depósitos dos postos da rede nacional e sobre a quantidade de combustíveis disponíveis no mercado português, bem como o prazo em que será possível restabelecer o abastecimento de 40% dos postos que servem as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto se a requisição civil começar a funcionar”, comentou João Reis.

 

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