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PCP acusa PS de estar ciumento com “casamento entre PSD e Chega”

Paulo Raimundo defendeu que o que é necessário não é um PS com “ciúmes deste casamento que está em curso”, mas um PS que decida “opor-se, combater e fazer frente a esta política”.
O secretario-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, presta declarações a propósito do Orçamento do Estado para 2025 na sede do partido em Lisboa, 02 de outubro de 2024. FILIPE AMORIM/LUSA
27 Julho 2025, 17h21

O secretário-geral do PCP acusou este domingo o PS de estar “ciumento com o casamento entre PSD, CDS, IL e Chega”, pedindo-lhe que não queira ser “a noiva”, mas que combata a política em curso.

Num discurso após um almoço de apresentação dos candidatos autárquicos em São Domingos de Rana (Cascais), Paulo Raimundo considerou que o país está “preso por arames”, o Governo está a concretizar uma “política antipopular”, usando a extrema-direita como “um abre-latas”, para abrir caminho.

“Perante tudo isto, temos um PS que se apresenta como um verdadeiro ciumento do casamento entre o PSD, o CDS, a IL e o Chega”, acusou o secretário-geral do PCP.

Paulo Raimundo defendeu que o que é necessário não é um PS com “ciúmes deste casamento que está em curso”, mas um PS que decida “opor-se, combater e fazer frente a esta política”.

“Isso é que era necessário, isso é que se impunha, mas não é isso que está a acontecer. O PS quer ser a noiva desta política e não é isso que interessa, não é isso que serve o nosso povo”, afirmou.

Neste discurso, Paulo Raimundo deixou duras críticas à política do Governo, abordando em particular o anteprojeto de reforma laboral aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros.

Para o secretário-geral do PCP, trata-se de uma “declaração de guerra aos trabalhadores e, em particular, à juventude”, e terá como consequência acrescentar “mais precariedade” à já “brutal precariedade”.

Paulo Raimundo salientou que, através de uma reforma laboral, o Governo quer acrescentar “mais horas, mais tempo de trabalho e mais desregulação dos horários”, além de querer acentuar “os ataques aos direitos de quem trabalha e, em particular, e de forma simbólica, ao direito à greve”.

“Pode-se dizer: o Governo não vai mexer no direito à greve. É verdade. O direito à greve mantém-se. As pessoas deixam é de poder fazer greve. Muito obrigado pela regalia que nos estão a querer oferecer”, ironizou.

Num apelo à mobilização contra esta reforma, Paulo Raimundo advertiu que a oposição à medida “não vai lá com avisos”, nem com: “agarrem-me senão eu vou-me a eles”.

“As linhas vermelhas foram ultrapassadas há muito tempo. Isto vai lá de forma organizada, com a luta dos trabalhadores, pelos seus direitos, pelos seus anseios, pela vida melhor a que têm direito”, disse.

Paulo Raimundo manifestou-se convicto de que os trabalhadores “não vão permitir que este Governo, com saudades da ‘troika’, implemente as medidas que não foi capaz de implementar na altura da ‘troika”.

Depois, Paulo Raimundo abordou a recente nomeação de Álvaro Santos Pereira para governador do Banco de Portugal, afirmando que o executivo fez o anúncio “com grande pompa e circunstância” quando está “só e apenas” a indicar “um novo funcionário do Banco Central Europeu (BCE)”.

“Nem mais, nem menos: um lacaio do BCE, um funcionário do BCE, incapaz, por sua opção, de determinar seja o que for na política monetária e bancária no nosso país”, sustentou.

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