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PCP acusa PS de se apropriar das suas propostas

Em Montemor-o-Novo e a um dia do arranque oficial da campanha para as eleições legislativas, João Oliveira, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP recorreu a uma expressão popular para apontar o dedo ao PS: “Em tempo de campanha eleitoral parece que somos todos pardos, como os gatos à noite”.
15 Janeiro 2022, 12h32

O dirigente comunista João Oliveira acusou hoje, dia 15 de janeiro, o PS de estar a apropriar-se das propostas apresentadas pelo PCP na Assembleia da República e de as incluir na propaganda eleitoral como conquistas socialistas, de acordo com a agência noticiosa Lusa.

“Olha, ele vai passar por aqui”, disse um apoiante da CDU ao neto, que se tentou empoleirar na cadeira em que estava sentado para assistir à chegada de João Oliveira, cabeça de lista da CDU pelo círculo eleitoral de Évora.

Em Montemor-o-Novo e a um dia do arranque oficial da campanha para as eleições legislativas, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP recorreu a uma expressão popular para apontar o dedo ao PS: “Em tempo de campanha eleitoral parece que somos todos pardos, como os gatos à noite”.

“O PS, que durante seis anos teve uma ação de resistência, de recusa e de entrave a todas as medidas positivas que nós apresentámos e que deviam ser concretizadas, agora tenta apropriar-se da autoria dessas mesmas medidas positivas como se elas resultassem da sua ação”, sustentou, acrescentando que essas propostas são fruto “da persistência” do PCP e do PEV.

Sem arredar pé das críticas, João Oliveira reforçou que PS, PSD, CDS-PP, Chega e IL são apenas “forças de oposição” a todas as soluções para os problemas do país.

“Agora falam delas [das propostas] e algumas delas introduzem-nas nos próprios programas eleitorais. Como se alguém pudesse levar a sério aquilo que agora alguém diz exatamente ao contrário daquilo que acabou de fazer, chumbando as medidas que agora diz defender”, completou.

O PS, na tentativa de alcançar a maioria absoluta, decidiu bloquear as soluções, prosseguiu o também líder parlamentar do PCP, mas “fez mal em forçar a queda do Governo, em forçar a dissolução da Assembleia da República” e em empurrar o país para eleições antecipadas.

Portugal necessita de respostas, não de eleições, mas já que os eleitores são chamados às urnas, João Oliveira pediu que fizessem no dia 30 de janeiro uma avaliação do trabalho desenvolvido nos últimos anos no Parlamento pelas diferentes forças políticas.

No final da sessão pública, que se realizou em frente ao mercado municipal de Montemor-o-Novo, João Oliveira foi cumprimentando os populares que pararam para o escutar, através de uma demonstração de afeto que fazia lembrar a postura a que Jerónimo de Sousa habituou os portugueses.

O dirigente comunista encontrou uma mulher com quem já tinha conversado sobre as dificuldades no acesso ao emprego. Questionada sobre se gostava de ver João Oliveira como próximo secretário-geral do PCP, não escondeu a preferência pelo ‘número um’ por Évora: “Mas eu sou suspeita… Não sou militante, mas sou simpatizante da CDU”.

Os dirigentes comunistas João Ferreira e João Oliveira estão a substituir provisoriamente o secretário-geral do PCP na campanha para as eleições legislativas, enquanto Jerónimo de Sousa recupera de uma operação de urgência à carótida interna esquerda a que foi submetido na quinta-feira.

Nas legislativas de 2019, a Coligação Democrática Unitária (CDU) – que integra o PCP, o PEV e a Associação Intervenção Democrática – elegeu 12 deputados (dez do PCP e dois do PEV) e obteve 6,33% dos votos, ou seja, 332.473 votos (de um total de 5.251.064 votantes), menos 113.507 do que em 2015, de acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI).

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