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PCP garante que “nunca houve da parte do PS uma verdadeira intenção de recuperar o controlo público” dos CTT

Em declarações ao JE, a líder da bancada parlamentar do PCP diz que a compra de ações dos CTT pela Parpública nunca foi levada a sério pelos comunistas, nem corresponderia ao necessário para recuperar o controlo público dos CTT. “O PS nunca teve a vontade de enfrentar os interesses dos Champalimaud”, acusa Paula Santos.
Tiago Petinga / Lusa
5 Janeiro 2024, 17h51

O PCP considera que nunca houve da parte do PS uma verdadeira intenção de recuperar o controlo público dos CTT e nunca considerou relevante a eventual compra de ações dos CTT pela Parpública proposta pelo Governo, disse a presidente do grupo parlamentar dos comunistas, Paula Santos, numa declaração escrita enviada ao Jornal Económico. A deputada acrescentou que o PS “nunca teve a vontade de enfrentar os interesses dos Champalimaud”, numa referência a Manuel Champalimaud, que controla 13% dos CTT e é o segundo maior acionista da empresa.

Reagindo à notícia hoje publicada pelo Jornal Económico, que recorda uma entrevista de 2020 com o então vice-presidente da bancada socialista, onde o PS admitia negociar com os CTT a compra de 13% dos Correios, Paula Santos frisou que a “posição do PCP foi sempre a da recuperação do controlo público dos CTT, revertendo a privatização feita pelo Governo PSD/CDS que consistiu num desastre para o País, com a degradação do serviço postal, encerramento de balcões, delapidação do património e despedimento de centenas de trabalhadores”.

“Apesar de declarações de vários dirigentes do PS quanto à intenção de reverter a privatização dos CTT, incluindo anúncios de intenções de aquisição de capital social da empresa, nunca houve da parte do PS uma verdadeira intenção de recuperar o controlo público”, salientou.

“O PCP defendeu e defende a recuperação do controlo público do PCP e é falso que alguma vez tenha discutido ou combinado percentagens de aquisição da empresa. Daí que, a aquisição de ações da empresa CTT, S.A. nunca tenha sido considerada relevante ou sequer correspondente ao que seria necessário para esse objetivo”, refere a mesma nota,  lembrando que o PS, o PSD, o CDS, o Chega e a Iniciativa Liberal votaram contra a proposta de recuperação do controlo público dos CTT apresentada pelo PCP aquando da discussão do Orçamento do Estado para 2021. “O PS nunca teve verdadeiramente vontade de reverter a privatização e enfrentar os interesses dos Champalimaud, como comprova a renovação do contrato de concessão que fez em 2022”, acusou.

O que em torno desta operação importa sublinhar é a convergência entre PS, PSD, CDS, CH e IL para defenderem, não o interesse nacional, mas os lucros dos Champalimaud (que se apropriaram desta importante empresa nacional). Na verdade, esta é mais uma manobra para ocultar os verdadeiros problemas do País, onde se incluem “as consequências desastrosas desta privatização”, concluiu.

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