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PCP quer travar privatização da Efacec.”Se não fosse o Estado, a empresa já não existia”

Para o PCP é “indispensável manter a continuidade” da Efacec “tendo em conta as potencialidades que a empresa tem”.
Tiago Petinga/LUSA
10 Julho 2023, 15h42

O PCP deu entrada de um projeto de resolução para travar a privatização da Efacec e em entrevista ao Jornal Económico, o deputado Bruno Dias defendeu que sem o apoio do Governo a empresa já não existia.

“Nós temos a demonstração da experiência concreta e da realidade do nosso país de empresas nacionais de enorme importância e principalmente em sectores industriais que apesar de terem um caráter estratégico e uma importância enorme para a economia portuguesa foram destruídas ou pelo menos profundamente desfiguradas por interesses privados”, disse Bruno Dias ao JE, acrescentando que “não nos podemos dar ao luxo de que aconteça o mesmo com a Efacec”.

Para o PCP é “indispensável manter a continuidade” da Efacec “tendo em conta as potencialidades que tem e tendo em conta as ameaças que até hoje continuam visíveis relativamente à continuidade da empresa na sua integralidade”.

Quando confrontado pela notícia do Jornal Económico de que o Estado tem injetado 14 milhões por mês na Efacec, Bruno Dias disse que não é garantido que o Estado continue a fazer essas transferências. Além disso, o PCP acredita que a injeção de dinheiro só dá ainda mais razão ao partido.

“Se há uma identificação de injeções financeiras que foram feitas pelo estado para defender a empresa isso só vem confirmar o que nós dizemos: se não fosse o Estado a defender a empresa ela já não existia”, referiu o comunista.

Relativamente ao futuro, “não está demonstrado se será necessários continuar a injetar dinheiro”, mas aquilo “que nós sabemos é que temos demasiados casos que nos levam a tirar conclusões”.

“Ao que parece o Estado é sempre chamado para injetar dinheiro para defender as empresas e depois entrega-las aos interesses privados depois de estar a despesa feita”, afirmou Bruno Dias do PCP, deixando uma pergunta no ar: “Se nós já pagamos as empresas, então porque as vamos entregar”.

De forma a salientar a importância da Efacec para os portugueses, Bruno Dias recordou ainda a SOREFAME. “Quando o governo de PS privatizou a SOREFAME foi precisamente com um discurso e uma apresentação de uma fantástica perspectiva de desenvolvimento económico e agora a SOREFAME já não existe”, lembrou.

A 23 de junho, o Governo anunciou que assinou acordo para venda da Efacec ao fundo Mutares. O fundo vai ficar com 71,3% do Estado na Efacec, mas a perspectiva é a de que fique com a totalidade.

 

 

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