O ministro das Infraestruturas acusou hoje o acionista maioritário da Groundforce de ter enganado o “Estado português, o Governo, o país e os trabalhadores” da empresa.
Em audição no Parlamento esta quarta-feira, o ministro recordou que Alfredo Casimiro disse publicamente, enquanto decorriam as negociações entre a TAP e a Groundforce para fazer um empréstimo à empresa que “tinha aceitado as exigências da TAP” e que iria “ceder as suas ações como garantia” a este empréstimo, segundo Pedro Nuno Santos.
Mas, no momento de assinar o acordo, “foi nos explicado que as ações tinham sido empenhadas” noutros empréstimos, o que era uma condição da TAP para conceder o empréstimo que as mesmas não tivessem sido dadas como penhor noutros empréstimos, segundo o ministro. “Foi publico que era o Montepio que tinha esse penhor, e viemos a saber posteriormente que havia outro banco com um penhor sobre parte dessas mesmas ações”, disse, esta quarta-feira, 24 de março na comissão parlamentar de economia.
“Este foi o primeiro momento infeliz em que um empresário português decide enganar o Estado português, o Governo, o país, e os trabalhadores”, afirmou o ministro no Parlamento
A companhia de handling é detida pela Pasogal (50,1%) de Alfredo Casimiro, e pelo grupo TAP (49,9%).
Depois de quase um mês de atraso, os trabalhadores da Serviços Portugueses de Handling (SPdH)/Groundforce receberam finalmente esta semana os seus salários em atraso relativamente ao mês de fevereiro.
O pagamento integral dos salários da empresa de assistência de bagagens, carga e passageiros nos aeroportos nacionais foi feito no dia 22 de março.
Os salários foram pagos depois de a TAP ter chegado a acordo com a Groundforce para comprar o seu equipamento. A companhia aérea depois aluga de volta os equipamentos à Groundforce para que a empresa possa prosseguir a sua atividade.
A operação – conhecida por sale & lease back – vai ficar fechada por 6,97 milhões de euros, ” valor esse que é o necessário e suficiente para que a SPDH (Groundforce) possa pagar os salários de fevereiro de 2021 e Março de 2021, bem como os correspondentes impostos de Março de 2021″, segundo anunciou a TAP na semana passada.
Além de acionista minoritário, a TAP é também o maior cliente da Groundforce, sendo responsável por 70% da operação.
O acordo entre a empresa de handling e a companhia prevê que os equipamentos possam ser comprados de volta em 60 dias, segundo avançou a CT da empresa na sexta-feira passada.
Entre os equipamentos que a Groundforce vai vender à TAP encontram-se: tratores, ‘push backs’ (rebocadores), escadas e autocarros, “entre outros equipamentos que configuram a atividade de handling”, conforme descreveu o presidente do conselho de administração da TAP, Miguel Frasquilho, na quinta-feira no Parlamento.
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