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Pedro Nuno Santos pede revisão da gestão dos trabalhos no Parlamento e lembra Santos Silva

Segundo o líder do PS, “não é admissível” a situação que existe neste momento no parlamento “como não seria admissível em qualquer local de trabalho”. Pedro Nuno Santos considera “importante” que o presidente da Assembleia da República “tenha um papel firme”.
MIGUEL A. LOPES/LUSA
17 Fevereiro 2025, 12h23

O líder do PS defendeu hoje que é preciso rever a forma como estão a ser geridos os trabalhos no parlamento e pediu um “papel firme” ao presidente da Assembleia da República, recordando a presidência de Augusto Santos Silva.

“A verdade é que parte da ordem na Assembleia da República é da responsabilidade do presidente da Assembleia da República e o presidente da Assembleia da República anterior, Augusto Santos Silva, chegou a ser criticado pela forma como geria os trabalhos e sinceramente eu acho que a forma como em muitos momentos têm sido geridos tem que ser revista”, defendeu.

Pedro Nuno Santos respondia aos jornalistas sobre as declarações do presidente da Assembleia da República a propósito dos incidentes na semana passada no parlamento que envolveram a deputada invisual do PS Ana Sofia Antunes. José Pedro Aguiar-Branco condenou os insultos do Chega, mas remeteu para os partidos eventuais alterações ao código conduta dos deputados.

Segundo o líder do PS, “não é admissível” a situação que existe neste momento no parlamento “como não seria admissível em qualquer local de trabalho”.

“Acho importante que o presidente da Assembleia da República tenha um papel firme na defesa da Assembleia da República e isso compete ao presidente da Assembleia da República”, considerou.

Reiterando que no parlamento se está a trabalhar e as pessoas “têm que se respeitar umas às outras”, Pedro Nuno Santos defendeu que “esse respeito deve ser gerido e dinamizado e promovido pelo presidente da Assembleia da República”.

Na sexta-feira, o líder do PS tinha-se indignado com o Chega, que acusou de ser “um bando de delinquentes” que não respeita ninguém e levou “má educação e grosseria” ao parlamento, considerando que é preciso “dizer basta”.

Nesse dia, o PS anunciou que vai propor alterações ao código de conduta dos deputados para incluir novas sanções, defendendo então que o presidente da Assembleia da República devia um pedido de desculpas à deputada Ana Sofia Antunes, em nome do parlamento.

Em conferência de imprensa, a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, insurgiu-se contra a conduta do Grupo Parlamentar do Chega, designadamente quanto ao incidente gerado na sessão plenária de quinta-feira, quando a deputada do partido de extrema-direita Diva Ribeiro acusou a socialista Ana Sofia Antunes, que é cega, de só conseguir “intervir em assuntos que, infelizmente, envolvem deficiência”.

De acordo com os relatos da líder parlamentar no PS, após as declarações da deputada do Chega foram ouvidos apartes, com o microfone desligado, nos quais se pode ouvir expressões como “aberração, isto não é uma esquina, pareces morta, és uma drogada”, dirigidas à bancada socialista.

Também na sexta-feira, o vice-presidente do parlamento Rodrigo Saraiva, que conduzia os trabalhos no dia do incidente, condenou a intervenção “grave, indigna e factualmente errada” da deputada do Chega Diva Ribeiro visando a socialista Ana Sofia Antunes e defendeu ter faltado um pedido de desculpas.

Já o presidente do Chega disse que vai ponderar se aceita uma revisão do código de conduta dos deputados para introduzir novas sanções, admitiu fazer autocrítica sobre comportamentos, mas considerou-se o mais ofendido por insultos no parlamento.

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