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Pensão de Horta-Osório gera polémica interna no Lloyds

O gestor português é acusado de ter benefícios muito acima do que a instituição pratica para a generalidade dos seus funcionários. A polémica pode ‘resvalar’ para a assembleia geral de maio próximo.
19 Março 2019, 19h24

O CEO do Lloyds Bank, o português Antonio Horta-Osório, está a ser alvo de duras críticas por ter cancelado uma última pensão salarial para todos os funcionários menos para ele mesmo. O banco deixou de pagar aos funcionários uma pensão com base no último salário em 2014, já sob a liderança de Horta-Osório, mas a polémica estalou agora, com a decisão de se auto-subtrair a esta medida.

Horta-Osório é agora a única pessoa com direito ao benefício extra-salarial, por via de um acordo que remonta ao tempo em que entrou na instituição britânica, e que pretendia ressarci-lo de uma pensão que perdeu quando veio do banco do Santander em 2011, informou o jornal ‘The Times’.

Segundo a mesma fonte, o gestor português também recebe pagamentos para a aposentação da ordem de 33% do salário – menos que os 46% anteriores. O banco adiantou que a mudança vai reduzir a contribuição de 573 mil para 419 mil libras, trazendo a remuneração para níveis “mais próximos dos da maioria dos colegas”.

O banco contribui com cerca de 13% do salário para a maioria das aposentações dos funcionários. A Affinity, um grupo de funcionários do Lloyds que representa 20 mil colaboradores, criticou a política de pensões do banco e escreveu para a Investment Association, que introduziu novas diretrizes que exigem que as empresas diminuam o ‘gap’ entre os descontos para a aposentação de executivos seniores e dos funcionários em geral.

Mark Brown, secretário-geral da Affinity, disse, citado pelo jornal, que a questão resultou numa “enorme fonte de descontentamento entre os funcionários”.

A Investment Association recomendou que os novos executivos recebam pagamentos com a mesma percentagem que o restante pessoal do banco britânico, com o argumento de que as diferenças são excessivas e não são do melhor interesse dos acionistas.

A Investment Association não comentou a carta que recebeu da Affinity, mas assegurou que vai rever os acordos do Lloyds dentro de algumas semanas, antes da reunião anual da assembleia geral, em 16 de maio, numa altura em que o banco enfrenta uma possível reação dos acionistas sobre os planos de pensões de Horta-Osório.

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