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Petróleo deve atingir a curto prazo máximos desde março

Após acordo de corte de produção da OPEP +, os mercados antecipam um aumento do preço do petróleo a curto prazo. Entretanto, os produtores norte-americanos estão a tentar ‘cavalgar’ a subida.
  • Esam Omran Al-Fetori/Reuters
3 Dezembro 2020, 20h25

Os preços do petróleo estavam esta quinta-feira a caminho de atingir máximos desde o início de março, depois de ser conhecido que a OPEP e a Rússia concordaram num aumento modesto na produção a partir de janeiro de 500 mil barris por dia.

O aumento significa que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e a Rússia, grupo conhecido como OPEP +, passariam a cortar a produção em 7,2 milhões de barris por dia, ou 7% da procura global a partir de janeiro, ante os atuais cortes de 7,7 milhões.

De imediato, os futuros do Brent subiram 62 centavos, ou 1,3%, para 48,87 dólares o barril, enquanto o petróleo bruto US West Texas Intermediate (WTI) subiu 50 centavos, ou 1,1%, para 45,78 dólares. Isso coloca os dois benchmarks no caminho para atingir os níveis mais altos desde 5 de março.

“Os mercados estão a reagir positivamente e os preços estão a registar um pequeno aumento, já que 500 mil barris por dia de oferta extra não é mortal para os saldos”, disse Paola Rodriguez-Masiu, analista de mercados de petróleo da Rystad Energy, citada pela agência Reuters.

O grupo OPEP + reuniu esta quinta-feira para trabalhar nas políticas para 2021, depois de as negociações no início da semana não terem chegado a nenhuma conclusão sobre como lidar com a fraca procura de petróleo no meio da pandemia de coronavírus.

Mas depois da esperança introduzida pela aprovação rápida das vacinas, houve um estímulo em alta nos preços do petróleo no final de novembro – os futuros do Brent ganharam 27% nesse mês – alguns produtores questionaram a necessidade de apertar mais a política da OPEP +.

Os preços mais altos em novembro levaram os produtores dos Estados Unidos, na semana passada ,a impulsionar a produção pela terceira semana consecutiva pela primeira vez desde maio de 2019, atingindo 11,1 milhões de barris por dia, de acordo com dados da Casa Branca.

“Com a produção de petróleo dos EUA em alta, a OPEP + não poderia permitir que os norte-americanos ganhassem quota de mercado à sua custa”, disse Edward Moya, analista de mercado da OANDA.

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