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Petróleo dos EUA, Irão, Guiana e Brasil inunda mercado pressionando OPEP+

Os países da OPEP+ estão a tentar reduzir a produção para os preços subirem, mas está a chegar mais petróleo ao mercado vindo de outras fontes.
petróleo
20 Dezembro 2023, 11h26

A produção recorde de petróleo registada na Guiana, Brasil e EUA está a inundar o mercado pressionando os preços do barril, a par de mais crude iraniano a chegar aos mercados e de arrefecimento da procura, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).

A procura global de petróleo vai subir 2,3 milhões de barris diários para 101,7 milhões de barris diários este ano, mas “isto esconde o impacto de um maior enfraquecimento do clima macroeconómico. A procura global no quarto trimestre foi revista em baixa em quase 400 mil barris diários, com metade da queda a ter origem na Europa”.

Para 2024, o declínio vai continuar com o “crescimento do PIB a ficar abaixo da tendência nas maiores economias. Ganhos de eficiência e o crescimento do veículo elétrico também impactam negativamente a procura”.

Nos EUA, os ganhos de eficiência na produção de petróleo e a subida da produtividade nos produtores de petróleo de xisto provocou uma subida daprodução para os 20 milhões de barris diários, “desafiando avisos da indústria de um abrandamento iminente no crescimento devido às custos de inflação e a problemas na capacidade de serviços nos campos de petróleo”.

Os EUA estão a caminho de aumentar a sua capacidade em 1,4 milhões de barris diários em 2023, dois terços dos 2,2 milhões/bd da expansão fora da OPEP+.

O cartel e seus parceiros deverão registar um declínio em 400 mil/bd este ano, reduzindo a sua quota de mercado para 51%, o mais baixo desde que o bloco foi criado em 2016.

Os cortes na produção, na sua maioria com origem na Arábia Saudita, têm sido travados com a produção iraniana em máximos de cinco anos. A produção fora da OPEP+ deverá perder momentum fulgor em 2024.

Em relação à procura, a IEA destaca que o “impacto das taxas de juro mais elevadas está a chegar à economia real, enquanto as atividades petroquímicas aumentam na China, prejudicando o crescimento noutros locais. A Europa é particularmente suave perante a queda na produção industrial. Em adição, ganhos de eficiência e uma frota de veículos elétricos em expansão continuam a impactar negativamente o uso do petróleo”.

“A mudança no fornecimento global de produtores chave no Médio Oriente para os Estados Unidos e outros países na bacia atlântica, e o impacto dominante da China e o seu crescente sector petroquímico na procura de petróleo, estão a afectar profundamente o comércio global de petróleo”, segundo a IEA.

Os mercados a leste do canal do Suez já absorveram a “maioria dos fluxos russos após a invasão da Ucrânia, assim como o aumento das exportações iranianas, mas ajustam-se agora aos volumes de crude e gás natural liquefeito da bacia atlântica. O aumento na produção e abrandamento na procura vai complicar esforços por produtos chave para defender a sua quota de mercado e manter preços elevados de petróleo”.

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