O plano de recuperação da Groundforce vai mesmo avançar e tem de estar concluído nos próximos 60 dias, decidiram esta quarta-feira, por unanimidade, os credores da empresa de handling, reunidos em assembleia no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
A elaboração do plano fica a cargo dos dois administradores de insolvência, Pedro Pidwell e Bruno Costa Pereira, que vão receber uma remuneração de 25 mil euros cada um para executar a tarefa.
A proposta de avançar para a elaboração do plano foi aprovado pelos credores representados na assembleia geral de credores, sobretudo graças aos votos dos trabalhadores. Os cerca de 2.400 trabalhadores da Groundforce são todos credores da empresa, não só por eventuais pagamentos em atraso como por créditos condicionados a uma eventual falência da empresa.
Além dos trabalhadores, representados em tribunal pelos sindicatos (o maior deles é o SITAVA, com quase 1.000 associados), também há 281 empresas credoras, sobretudo fornecedores, e outros credores em nome individual.
A Groundforce, nome comercial da SPdH, tem dívidas efetivas de cerca de 48 milhões de euros – os maiores credores efetivos são a TAP SA (19 milhões de euros), a ANA (cerca de 14 milhões de euros) e a Fidelidade. Os trabalhadores têm créditos efetivos de cerca de 2 milhões de euros, mas se a este montante juntarmos os valores calculados para o que os trabalhadores teriam de receber em caso de falência da Groundforce, as dívidas totais da empresa ascendem a cerca de 155 milhões de euros.
Na assembleia desta quarta-feira estavam representados 2.041 credores, cujos créditos ascendem a 137 milhões de euros. Como 88,2 milhões deste montante global dizem respeito a créditos condicionados (ainda não confirmados judicialmente), a juíza que dirigiu os trabalhos decidiu que estes créditos valeriam apenas 50% (ou 44,1 milhões) nas votações.
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