O Purchasing Manager’s Index (PMI) do setor da manufatura da Alemanha subiu para os 46.5, em fevereiro, face aos 45 do mês anterior, de acordo com a agência Standard & Poor’s Global (S&P Global), contudo fica abaixo dos 50 (valor que separa a contração do crescimento).
“O aumento do indicador foi influenciado por um menor decréscimo nas novas encomendas, que tiveram a menor queda em quase três anos. A contribuir para isto esteve uma redução na queda das vendas ligadas à exportação. Os dados mostram ainda uma mudança ao nível da procura externa por bens intermédios. O ritmo de contração na produção do setor da manufatura abrandou a meio do primeiro trimestre, com a queda mais branda desde maio”, salientou a S&P.
Mas os indicadores mostram que ao nível do emprego nas fábricas existiu uma queda a um ritmo “forte e acelerado” sendo o mais rápido dos últimos três meses.
A S&P adianta que a combinação entre uma queda mais suave ao nível dos novos empregos e a menor capacidade ao nível dos recursos humanos levou a uma queda dos inventários, algo que já vem acontecendo desde meados de 2022.
Os dados da S&P mostram também uma queda dos preços no setor da manufatura.
Perante este cenário o economista chefe do Hamburg Commercial Bank, Cyrus de la Rubia, considerou que a recessão que se vive na indústria da Alemanha “deve chegar ao fim” nos próximos meses. “Em particular, relativamente às ordens, que voltaram a cair embora a um ritmo menor [em fevereiro], é um motivo de esperança. O mesmo aplica-se aos inventários. A recessão na produção enfraqueceu de forma significativa em dois meses. O output nos bens intermédios voltou a crescer, enquanto que em outros setores chave dos bens de capital, a produção ficou perto da estabilização. Isto aponta para a possibilidade de uma recuperação mais cedo do que o previsto em termos globais”.
Cyrus de la Rubia contudo salienta que nesta altura ainda é preciso “cautela” porque ainda é “incerto” se esta melhoria na tendência na indústria alemã vai continuar.
“O corte no emprego acelerou ultimamente. As empresas têm reduzido o seu quadro de recursos humanos, mês atrás de mês, desde meados de 2023. Contudo com a estabilização da produção que está a aparecer ser aparente, é possível que as empresas mudem gradualmente o seu rumo e que as medidas de redução do pessoal cheguem ao fim nos próximos meses”, disse o economista.
O economista chefe do Hamburg Commercial Bank referiu que a procura “continua fraca” embora existam sinais de estabilização nas encomendas. “O facto que os tempos de entrega dos fornecedores se terem reduzido em fevereiro é um indicador da capacidade de produção e de transporte excedentários na economia. Contudo o ciclo de inventários ainda não deu a volta – ambos os produtos finalizados e adquiridos ainda estão a ter reduções”.
“O outlook para o futuro parece positivo, mas não é tão brilhante como no início do ano. Muito vai depender em quão rapidamente é formado o novo governo alemão e quão arrojado será o seu plano económico. Para verdadeiramente dar a volta por cima vai ser preciso um plano de investimento sólido para modernizar as infraestrutura públicas e para melhorar de forma sustentável as condições na Alemanha”, disse o economista.
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