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“Poder político não pode ficar imune”. Chega pede Comissão de Inquérito ao caso das gémeas

André Ventura, presidente do Chega, fez a revelação esta quinta-feira, data em que foi conhecido o relatório da Inspeção de Saúde. “O poder político não pode ficar imune” uma vez que “todos os intervenientes neste processo cometeram irregularidades”, destacou o líder político.
Chega André Ventura
4 Abril 2024, 16h44

André Ventura, presidente do Chega, revelou esta quinta-feira que o partido vai pedir uma Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso das gémeas, no dia em que ficou conhecido o relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que concluiu que existiu acesso irregular a remédio de quatro milhões de euros.

Nas conclusões do relatório da inspeção, hoje divulgadas, a IGAS refere que “não foram cumpridos os requisitos de legalidade no acesso das duas crianças à consulta de neuropediatria” uma vez que a marcação – feita através da Secretaria de Estado da Saúde – não cumpriu a portaria que regula o acesso dos utentes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Para o líder do terceiro partido mais votado nas últimas eleições legislativas, “o poder político não pode ficar imune” uma vez que “todos os intervenientes neste processo cometeram irregularidades”.

O presidente do Chega reforçou o facto do “acesso à primeira consulta não ter cumprido as regras do SNS e no seguimento de um contacto do Governo” referindo o nome de António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde.

A IGAS concluiu ainda que a prestação de cuidados de saúde às crianças decorreu “sem que tenham existido factos merecedores de qualquer tipo de censura”.

O caso das duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de cerca de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Uma auditoria interna do Hospital Santa Maria já tinha concluído que a marcação da primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.

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