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Polarização agudiza-se na política espanhola, à beira de mais eleições

O mais recente caso na política espanhola, em que o presidente do governo, Pedro Sánchez, deixou o país em suspenso por cinco dias para refletir se continuava no cargo, depois de um tribunal de Madrid ter aberto um “inquérito preliminar” envolvendo a sua mulher, Begoña Gómez, por alegado tráfico de influências e corrupção, vale por si, mas também como mais um episódio no aprofundamento do clima de polarização e crispação.
MADRID, SPAIN – DECEMBER 18: King Felipe VI of Spain receives President of Ecuador Lenin Moreno Garces and his wife Rocio Gonzalez Navas at the Royal Palace on December 18, 2017 in Madrid, Spain. (Photo by Jose Luis Cuesta – Pool/Getty Images)
4 Maio 2024, 10h00

Pedro Sánchez acusou que este processo era o culminar de um cerco a si próprio, feito por forças políticas de direita e extrema-direita, primeiro através de denúncias em sites na internet, depois com ações políticas, e, agora, com a intervenção do poder judicial.

“É uma operação de perseguição e assédio por terra, mar e ar, para tentar enfraquecer-me política e pessoalmente atacando a minha esposa”, afirmou Sánchez, na carta “aos cidadãos” em que anunciou o período de reflexão e em que acusou o Partido Popular (PP), de direita, e o Vox, que tem sido seu parceiro, de extrema-direita, de não terem aceitado os resultados das legislativas de 23 de julho. “O povo espanhol votou maioritariamente pelo avanço, permitindo a reedição de um governo de coligação progressista”, diz o secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

É verdade que as eleições permitiram a reedição da coligação entre o PSOE e o Sumar, a plataforma de esquerda promovida por Yolanda Diaz, segunda vice-presidente do governo espanhol e ministra do Trabalho, mas também é certo que o PP foi o partido mais votado e que o atual governo só se tornou possível com o voto dos partidos independentistas, em troca de um perdão aos catalães, coisa que Sánchez garantiu, durante a campanha eleitoral, que não faria.

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