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Polónia pode evoluir para eleições parlamentares antecipadas

Derrota do candidato da ala moderada do regime, protagonizada pelo primeiro-ministro Donald Tusk, pode levar a eleições que clarifiquem o momento político.
Donald Tusk
2 Junho 2025, 12h26

Um verdadeiro ‘golpe de teatro’: o nacionalista Karol Nawrocki venceu a segunda volta das presidenciais de domingo na Polónia, com 50,89% dos votos, contra 49,11% do rival, o liberal Rafal Trzaskowski, após o escrutínio da totalidade dos votos, anunciou a Comissão Eleitoral Nacional. Ou seja, a pequena margem que tinha saído da sondagem à boca das urnas confirmou-se, mas com os dois candidatos a mudarem de posição.

Agora, uma das consequências da vitória das forças apoiadas pelos extremistas de direita do PiS pode ser a convocação de eleições antecipadas. O centrista moderado Donald Tusk – antigo presidente do Conselho Europeu – pode insistir para levar o país a eleições, no sentido de clarificar que rumo querem os polacos tomar.

Tusk apostou tudo no candidato derrotado – o que quer dizer que a sua carreira como primeiro-ministro está agora envolta em dúvidas. E se até agora Tusk tem tido dificuldade em promover internamente as reformas que havia prometido, exatamente pelo bloqueio da presidência, já ligada ao PiS, esse bloqueio vai manter-se. Resta a Tusk perceber se eleições antecipadas não tornarão tudo pior ainda para a plataforma centrista que lidera.

Do outro lado, as forças extremistas também não terão nada a perder com eventuais eleições. Pelo contrário – a vitória nas presidenciais só pode ser um motivo de alavancagem das suas propostas radicais.

A vitória do nacionalista não tem como agradar à Comissão Europeia – mas a sua presidente, Ursula von der Leyen, já endereçou os seus parabéns ao vencedor. O mesmo fez também Donald Trump, que passa a ter na Polónia um declarado aliado – que pode ser importante no quadro geopolítico que a invasão da Ucrânia por parte da Rússia veio determinar na região.

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