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Porto vai ter programa de experimentação só com soluções para a cidade

A European Innovation Academy dá o pontapé de saída para o City Xperiment, que visa um prolongamento da academia para encontrar soluções para a cidade. Vão ser selecionados 50 estudantes de todo o mundo para auxiliarem a Invicta a resolver os seus desafios.
29 Julho 2024, 07h30

A cidade do Porto está quase a despedir-se dos 450 estudantes que estão a marcar presença na European Innovation Academy (EIA) deste ano, naquela que é a terceira edição.

Este evento é considerado como a maior academia de inovação na Europa. A EIA arrancou a 14 de julho e vai terminar a 2 de agosto, já esta sexta-feira, mas antes o Jornal Económico falou com o vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, para perceber o que este evento significa para a Invicta e para o ecossistema estudantil e empresarial.

Conta-nos o autarca que os 450 estudantes, entre os quais estão 70 portugueses, de 50 universidades mundiais, estão a participar em workshops, sessões de networking e ainda sessões de mentoria. O objetivo da EIA é simples: chegar ao fim das três intensivas semanas com uma ideia e uma startup.

Filipe Araújo adianta que esta terceira edição marca “uma vontade muito grande de continuarmos a trabalhar uma estratégia de educação e transição digital”, que já têm apostado desde 2016.

“Temos a oportunidade de, juntamente com a Universidade do Porto, fazer esta academia, que é uma das maiores de inovação e já vai na terceira edição na cidade do Porto, por onde já passaram mais de 1.500 estudantes, mais de 110 universidades e muitas outras nacionalidades”, explica.

“Os estudantes passam aqui três semanas a desenvolver ideias e negócios, a trabalhar sobre o assunto e a trabalhar com empresas que estão por trás da inovação. São as melhores equipas internacionais e mentores de alta qualidade. Desde 2022 que foram desenvolvidas mais de 246 ideias de negócio, com apoio tecnológico e que foram criadas no meio deste percurso”, destaca o autarca ao JE com um balanço que consideram positivo.

Além das mais valias para as universidades, este é também um passo muito importante para a capacitação dos alunos. “A lógica é incorporar inovação e as metodologias para terem um mindset empreendedor. O objetivo final não é criar novos negócios, mas ajudar a desenvolver e estudar novas fórmulas. São colocados desafios tecnológicos e também de sustentabilidade”.

Entre as novidades deste ano está um programa complementar que prevê a implementação de soluções aplicadas a várias áreas do munícipio, como água ou mesmo em ligação do hospital de São João. Assume Filipe Araújo que este projeto é desenvolvido em parceria com a Beta-i e que resulta numa extensão da EIA, onde serão selecionados 50 alunos para um programa de dois meses (totalmente online) a partir de setembro, focado apenas na cidade do Porto.

Uma das vantagens do EIA é que os estudantes trabalham diretamente com investidores e empreendedores, num verdadeiro clima de desafios e auxílio ao longo de todo o projeto, além de ainda poderem assistir a palestras com oradores inseridos no ecossistema.

Mas além das vantagens espelhadas para os alunos, há também vantagens para a Invicta enquanto hub de tecnologia e inovação. “É uma lógica de dois sentidos, na verdade. Estamos a promover o Porto enquanto sistema de inovação, com centros de incubação de ideias, e também abordar isso num contexto de cidade, onde há todo um playground para aplicar as ideias”, indica o vice-presidente do Porto.

Questionado sobre se já testemunhou ideias aplicáveis à cidade, Filipe Araújo diz que existem sempre inovações “muito interessantes”, até porque há alunos da própria cidade e que olham para os problemas internos e procuram soluções.

Por isso mesmo, explica, é que o programa City Xperiment, lançado este ano, é tão importante. “Vamos trabalhar com organizações e unidades municipais e também com instituições académicas para resolver desafios”, e acaba por ser neste ponto que a Universidade do Porto é uma alavanca para a inovação, com o autarca a classificar o papel da faculdade como “determinante”.

“A Universidade do Porto é determinante e a cidade uniu-se a este projeto como parceiro porque estamos a presenciar este ecossistema de excelência e que estamos a promover a cidade como uma cidade de conhecimento e que olha de facto para a transformação.

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