O saldo da balança corrente e de capital portuguesa foi de 169 milhões de euros em fevereiro, anunciou esta quarta-feira o Banco de Portugal (BdP), o que compara com os 155 milhões de euros no mesmo período de 2020.
Este resultado é fruto de excedentes nas balanças de serviços, rendimento secundário e de capital, como explica a nota do BdP, que superaram os défices da balança de bens e de rendimento primário.
No que toca à balança comercial, o seu défice diminuiu, dada a redução do défice da balança de bens no valor de 1408 milhões de euros, que ultrapassou a queda do excedente da balança de serviços em 1.256 milhões de euros. Esta diminuição continua a ser o reflexo da quebra acentuada na categoria de viagens e turismo, que verifica um decréscimo de 1.032 milhões de euros no período em análise.
Esta diminuição impacta ainda as exportações de bens e serviços, que registaram um decréscimo homólogo de 12,7% em fevereiro, face à diminuição de 45,2% nos serviços. Adicionalmente, as importações de bens e serviços também decresceram 14,7%, fruto da redução de 11,2% nos bens e 30,9% nos serviços. Destaque novamente para a redução do saldo das viagens e turismo em 564 milhões de euros, o que assinala o impacto no turismo das restrições pandémicas.
A nota do BdP refere ainda a redução do défice da balança de rendimento primário em 72 milhões de euros relativamente ao período homólogo, passando agora o indicador a registar 208 milhões de euros. Este fenómeno explica-se pelo aumento do recebimento de rendimentos de investimento de entidades não residentes.
Já o excedente da balança de rendimento secundário também recuou, estando agora 225 milhões de euros mais baixo do que há um ano, devido, sobretudo, à evolução das transferências correntes, nomeadamente pelo aumento da contribuição nacional para o orçamento da União Europeia.
O saldo da balança financeira verificou em fevereiro um aumento dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 350 milhões de euros, isto apesar do aumento de passivos, dado o investimento por parte de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa, e uma diminuição dos ativos dos bancos portugueses, em títulos de dívida, emitidos por Estados-Membros da União Monetária, explica a publicação.
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