A tecnológica norte-americana Salesforce, que está em Portugal há cerca de um ano, teve um crescimento de 35% nas vendas na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), para o qual o mercado português contribuiu, garantiu esta quarta-feira o country leader Fernando Braz, num encontro com jornalistas, em Lisboa.
A empresa que desenvolve e comercializa tecnologia para gestão de contactos com clientes faz um balanço “bastante positivo” da presença fixa em Portugal – desde há duas semanas nas Torres de Lisboa -, uma vez que esta geografia, a par com Espanha, seguiu a tendência de crescimento das receitas na EMEA, superior à total.
“Vamos continuar a contratar, no regime work from anywhere [“trabalha em qualquer lado”], para funções de cloud, serviços, CRM ou marketing e comércio, que cresceram muito com a pandemia. Temo-nos vindo a orientar para cada indústria e acho que hoje já temos presença em todas, com pelo menos um cliente de cada sector, devido aos parceiros”, contou o country leader, na sessão que se realizou em Belém.
Em relação à guerra no Leste da Europa, a Salesforce reconhece que “impacta a todos”, mas não tem negócios na Ucrânia e na Rússia, porque “não se consegue vender cloud” em Moscovo.
No ano fiscal de 2022, que terminou a 31 de janeiro, a Salesforce registou receitas globais de 26,49 mil milhões de dólares (aproximadamente 24 mil milhões de euros), mais 25% em termos homólogos.
“Como este negócio de software é por subscrição o importante é o cliente manter-se e não comprar apenas o software. A continuidade é o maior desafio do digital. Nós não fazemos negócios por negócios, mas por confiança e igualdade. Preocupa-me, enquanto português, ver que algumas empresas fizeram a transição digital inicial para suprir uma necessidade primária [teletrabalho forçado por causa do confinamento obrigatório], mas não têm planos”, reconheceu Fernando Braz.
O gestor esclareceu ainda os desenvolvimentos do negócio de 27,7 mil milhões de dólares (aproximadamente 23 mil milhões de euros) entre a Salesforce e a Slack, que ficou concluído no verão passado. Oito meses depois, a integração está completa, mas o trabalho de atualizações da plataforma prossegue, uma vez que envolve a sua “transformação total”, que permite o “rastreamento da informação toda num único sítio”. Por exemplo, a receção e resolução de uma queixa ou o seguimento do feedback de uma pizza Domino’s podem ser resolvidas na mesma plataforma – uma solução que está a ser bem recebida por startups e departamentos específicos ou task forces dentro de empresas.
A Sonae, o Novobanco, os grupos Brodheim e Pestana, a Pluricosmética, o Gato Preto, a Costa Nova, a Ascendum, a Savoy Signature (Madeira), a Amorim Luxury e a Perfumes & Companhia são algumas das empresas portuguesas que estão a investir na transformação digital com as ferramentas de CRM da Salesforce. Mais recentemente, foi o Sport Lisboa e Benfica (SLB) a juntar-se a este leque de clientes para analisar o perfil dos adeptos, personalizar as ofertas e fazer a integração dos seus sistemas e aplicações.
Desporto mais digital
O clube das águias decidiu investir na digitalização (o valor não é conhecido) para criar aquilo a que chamam de construir uma “base de conhecimento centralizada” – que na prática é a recolha de dados adicionais sobre quem vai ao estádio da Luz – que seja acessível a partir de qualquer ponto de serviço, desde lojas, bilheteiras, escolas de futebol, website, aplicação móvel, Casas do Benfica, entre outros espaços da sociedade.
O trabalho está a ser feito com a Step Ahead Consulting, parceira da Salesforce, e abrange várias soluções na nuvem (cloud) da empresa, nomeadamente vendas, atendimento ao cliente, engagement digital, plataforma, marketing, Mulesoft, plano de sucesso premier e serviços profissionais. “A otimização digital é a chave para o conhecimento do universo Benfica, para a rentabilização do investimento já realizado, e para a geração de novas receitas”, defende João Copeto, Chief Information Officer do SLB.
“Os grandes clubes de futebol em todo o mundo têm atualmente o desafio de ficarem a conhecer profundamente os seus fãs para conseguirem comunicar de forma personalizada, e também conseguir levar o nome da sua marca a todo o mundo. O SLB não é exceção e, com as soluções da Salesforce está a levar o seu sucesso para além das quatro linhas do campo”, refere Fernando Braz.
É o caso do FC Barcelona, por exemplo. Esta terça-feira, 15 de março, o clube catalão e o Spotify formalizaram o acordo de 280 milhões de euros na qual a plataforma de streaming de áudio se torna o principal patrocinador. Apesar de não ser propriamente uma parceria tecnológica, não deixa de ser uma parceria com uma tecnológica e que visa criar uma nova plataforma para ajudar os artistas a interagirem com a comunidade de fãs globais do FC Barcelona, além do novo nome do estádio espanhol e de a marca aparecer na frente das camisolas da equipa masculina e feminina a partir da temporada 2022/23 e durante três épocas.
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