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Portugal é o terceiro país europeu que mais recorre ao trabalho temporário 

Um em cada cinco trabalhadores tem um contrato a prazo, mais seis pontos percentuais que o verificado na União Europeia (15%), segundo a Pordata.
  • Reuters
27 Junho 2020, 09h13

Portugal é o terceiro país europeu que mais recorre ao trabalho temporário, a seguir à Espanha e à Polónia, com um em cada cinco trabalhadores com contrato a prazo, divulgou este sábado a Pordata.

“Portugal é o terceiro país europeu com mais contratos a prazo, a seguir à Espanha e Polónia. Um em cada cinco trabalhadores tem um contrato a prazo, mais seis pontos percentuais que o verificado na UE27 (15%)”, revela um retrato do tecido empresarial português com dados de 2018, hoje divulgado pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a propósito do Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME).

Já nos países bálticos e na Roménia, esta situação atinge menos de 4% dos trabalhadores.

Quanto aos salários, 22% dos trabalhadores por conta de outrem recebia em 2018 o salário mínimo nacional (580 euros, à data), o triplo do valor registado em 2008 (7,4%).

A Pordata sublinha, contudo, que o salário mínimo nacional aumentou 23% naquele período, o equivalente a mais de 100 euros (a preços constantes), crescimento bem superior ao das remunerações médias mensais no mesmo período (4%, ou mais 35 euros).

No setor do alojamento e restauração, um terço dos trabalhadores recebia o salário mínimo em 2018, e nas indústrias transformadoras e nas atividades de saúde e apoio social, um quarto dos trabalhadores auferiam aquele ordenado.

A preços constantes, o aumento dos salários nas últimas décadas tem vindo a ser menor, conclui o relatório.

“Se na década de 90 (entre 1988 e 1998), os salários aumentaram 32%, já na década de 2000 (entre 1998 e 2008) aumentaram 12% e na última (entre 2008 e 2018) 5%”, esclarece.

Quanto ao perfil do empregador e do trabalhador, o estudo verificou que metade dos empregadores tem, no máximo, o 9.º ano de escolaridade.

Já nos trabalhadores por conta de outrem, essa relação é de dois para cada cinco.

Em duas décadas, a proporção de trabalhadores por conta de outrem com, pelo menos, o ensino secundário, aumentou em 35 pontos percentuais, enquanto do lado dos empregadores esse crescimento foi de 32 pontos percentuais.

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