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Portugal paga taxas menos negativas para emitir 1.250 milhões de dívida a curto prazo

No último leilão de Bilhetes do Tesouro do ano e um dia antes do pagamento antecipado de dois mil milhões de euros aos credores europeus, Portugal emitiu o montante máximo pretendido.
16 Outubro 2019, 10h56

Portugal pagou taxas menos negativas para emitir dívida a curto prazo do que no último leilão, com uma emissão dupla de Bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses. Num leilão duplo, esta quarta-feira, o IGCP- Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública emitiu 1.250 milhões de euros, o montante máximo pretendido.

O Tesouro colocou 900 milhões de euros em dívida a 11 meses, tendo pago uma taxa média ponderada de -0,45%, que compara com os -0,557%, registados no último leilão. A procura superou a oferta em 1,74 vezes.

Nas BT a três meses, o IGCP emitiu 350 milhões de euros, com uma yield de -0,475%, face aos -0,563%, registados no leilão de agosto, tendo a procura superado a oferta em 3,66 vezes.

O leilão de dívida a curto prazo ocorre um dia antes do Governo fazer o reembolso antecipado de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) pelos empréstimos concedidos durante a intervenção da ‘troika’ e após o Governo ter enviado para Bruxelas o esboço do Orçamento do Estado para 2020.

Esta segunda-feira, a presidente do IGCP, Cristina Casalinho, disse que os mercados reagiram positivamente ao resultado eleitoral das legislativas. “Os contactos que tive [com investidores] não pronunciam um nível de preocupação com a situação política portuguesa. A configuração do resultado eleitoral não parece ter suscitado grandes preocupações”, referiu.

“Portugal volta a registar taxas de juros negativas dos leilões de dívida de curto prazo, movimento que está em sintonia com o que tem acontecido com toda a dívida soberana europeia, e perto dos mínimos históricos alcançados nos leilões do mês de agosto quando o mercado de dívida registou máximos de sempre”, destaca de Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa. “A política monetária expansionista do BCE continua a influenciar as taxas de juro negativas de grande parte da dívida pública dos países europeus, taxas essas que deverão manter a tendência negativa condicionadas pelo abrandamento económico”, conclui.

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