Portugal entre os países europeus onde menos pessoas conseguem passar férias fora de casa

Mais de um quarto dos portugueses não tem dinheiro para ir de férias: 29% dos trabalhadores não consegue pagar os 747 euros do valor médio de um pacote de viagens.

A conclusão é de uma análise realizada pela Confederação de Sindicatos Europeus (ETUC) que estima que os pacotes de férias aumentaram mais de 12% entre janeiro e maio, após uma subida de mais de 11% em 2022.

O ETUC conta com 45 milhões de membros em 93 sindicatos em 41 países europeus.

“Este é o valor mais alto no custo de pacotes de férias desde 1996”, o início da série histórica. A maior subida anual anterior tinha sido registada em 2015, com mais de 7%.

Os pacotes de férias em Portugal dispararam 23% em 2022 e 12% este ano. A maior subida pré-2022 tinha sido registada em 2017 com mais de 8%.

Em média, o custo de um pacote de férias para quatro noites nos países europeus custa quase 3.000 euros, uma subida de 600 euros desde 2018, o que faz com que 20% dos trabalhadores europeus (38 milhões) não possam passar férias fora de casa… durante uma semana.

Os números mais elevados de pessoas que não podem pagar férias longe de casa encontram-se na Roménia (43%), Grécia (37%), Hungria (34%), Itália (31%), Croácia (31%) e Chipre (30%), Bulgária (29%) e depois Portugal.

Os maiores aumentos nos pacotes de férias tiveram lugar na Estónia, França, Bulgária, Suécia e Chéquia, com subidas entre 18% e 31%.

“As férias são importantes para o bem-estar dos trabalhadores, mas os aumentos recorde nos preços significa que milhões não vão conseguir ir de férias para fora este ano. A crise do custo de vida significa que muitos trabalhadores vão ter dificuldades em alimentar os seus filhos durante as férias, quanto mais irem de férias. Entretanto, os CEO que causaram inflação ao usarem a falta de produtos como uma desculpa para aumentarem as margens de lucro vão estar descansados em resorts de luxo. O verão demonstra a existência de uma profunda desigualdade que existe na nossa economia e sociedade”, disse em comunicado a secretária-geral da ETUC Esther Lynch.