Portugal registou uma capacidade de financiamento equivalente a 0,4% do PIB no primeiro trimestre deste ano, uma melhoria substancial em relação ao saldo negativo de 0,6% registado no período anterior e que resulta da redução do défice das sociedades não-financeiras combinado com o excedente registado nas administrações públicas.
Na mesma linha, tanto o rendimento nacional bruto, como o rendimento disponível bruto cresceram 2,7% e 2,6% em relação ao período anterior, de acordo com os dados do INE divulgados esta sexta-feira. Em termos homólogos, estes indicadores avançaram 10,7% e 10,3%, respetivamente.
A nota do INE explica que a poupança bruta da economia nacional aumentou 4,5%, representando 19,5% do PIB nacional. Foi esta subida que “determinou a melhoria do saldo da economia em 1,0 pontos percentuais (p.p.), que passou de um défice de 0,6% para um excedente de 0,4% do PIB no primeiro trimestre de 2023”.
Ao mesmo tempo, a necessidade de financiamento das sociedades não-financeiras recuou para 2,0%, ou seja, menos 0,7 p.p. do que no trimestre anterior. Já as sociedades financeiras nacionais mantiveram uma capacidade de financiamento de 1,9% do PIB.
Este resultado não foi, no entanto, extensível às famílias portuguesas, cuja taxa de poupança caiu 8,4%. Assim, a capacidade de financiamento deste segmento da economia reduziu-se 0,2 p.p., caindo para 0,4% do PIB. Importa referir, ainda assim, que esta análise do INE reporta a evoluções nominais, pelo que há um efeito preço na generalidade das componentes.
Portugal com excedente orçamental de 1,2% no primeiro trimestre
O sector das Administrações Públicas registou um excedente de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.
“Considerando os valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das AP [Administrações Públicas] no primeiro trimestre de 2023 foi positivo em 761,3 milhões de euros, correspondendo a 1,2% do PIB, o que compara com -0,6% no período homólogo”, de acordo com as “Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional” do INE.
Face ao mesmo período do ano anterior, verificou-se um aumento de 9,3% da receita e de 4,3% da despesa, “refletindo sobretudo, no último caso, o forte crescimento com o pagamento de juros (variação homóloga de 22,1%)”.
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