O presidente da associação Solidariedade Imigrante, Timóteo Macedo, afirmou que Portugal virou uma “prisão a céu aberto” com a decisão do governo de notificar quase 34 mil imigrantes, dos quais 5.000 brasileiros, para que deixem o país.
Em entrevista ao jornal Observador, ele disse que a medida gerou pânico e desespero entre estrangeiros. A entidade é uma das maiores associações de imigrantes do país europeu.
“Vivemos em modo de pânico e isso leva as pessoas ao desespero, leva ao alimento das máfias e de muita gente sem escrúpulos”, afirmou Macedo. A Solidariedade Migrante tem promovido protestos contra as políticas migratórias do governo.
Ele aponta ainda que Portugal “era visto como um país que acolhia razoavelmente as pessoas”, mas que atualmente já não há “preocupação de melhorar os serviços públicos” para atendes os imigrantes e que “as pessoas estão numa prisão a céu aberto.”
O ministro da Presidência do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro, afirmou na segunda-feira (2) que 33.983 pessoas receberão as notificações para deixar o país voluntariamente ou à força, se necessário. Ele destacou que a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (Aima) está notificando cerca de 2.000 imigrantes por dia para que saiam de Portugal.
A lista do Plano de Ação das Migrações é encabeçada por indianos: eles são 13.466 do total, seguidos pelos brasileiros (5.386), por cidadãos de Bangladesh (3.750), nepaleses (3.279), paquistaneses (3.005), argelinos (1.054), marroquinos (603), colombianos (236), venezuelanos (234) e argentinos (180). Outras nacionalidades somam 2.790 pessoas.
Dos 440 mil processos relativos a pedidos de residência em Portugal vinculados à extinta manifestação de interesse, 184.059 já tiveram decisão pela Aima, dos quais 150.076 foram deferidos, ou seja, aprovados.
Com os quase 34 mil notificados para sair do país, a taxa de rejeição chegou a 18,5%. Isso quer dizer que quase dois em cada 10 pedidos de residência com decisão final foram recusados.
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