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Powell ainda “não teve contacto” com Trump desde que presidente garantiu que ia baixar juros

“Só vamos fazer o nosso trabalho”, garantiu o presidente da Reserva Federal em resposta aos comentários de Trump na passada semana, quando disse que ia “exigir que as taxas de juro desçam imediatamente”.
FILE PHOTO: Federal Reserve Board Chairman Jerome Powell holds a news conference after Powell announced the Fed raised interest rates by three-quarters of a percentage point as part of their continuing efforts to combat inflation, following the Federal Open Market Committee meeting on interest rate policy in Washington, U.S., November 2, 2022. REUTERS/Elizabeth Frantz/File Photo
29 Janeiro 2025, 20h27

O presidente da Reserva Federal norte-americana ainda não falou com o presidente Trump desde que este garantiu, na passada semana, que iria forçar os juros a descerem imediatamente. Jerome Powell disse querer ver mais progresso na luta contra a inflação elevada antes de voltar a cortar taxas, garantindo que “não há pressa” para mudar de rumo na política monetária.

Após a decisão de manter as taxas de referência da maior economia do mundo entre 4,25% e 4,5%, o líder da Fed afirmou não ter ainda tido qualquer contacto com Trump após os comentários do presidente de que iria “exigir que as taxas de juro desçam imediatamente”. Recusando-se a fazer mais comentários sobre as palavras de Trump, Powell falou na necessidade de ver mais “progresso real” na tendência de desinflação que se vinha verificando até ao último trimestre do ano passado.

“Não esperem que façamos algo de diferente. […] Só vamos fazer o nosso trabalho”, atirou em resposta às questões sobre a influência que o regressado presidente poderá ter no banco central.

A inflação continua “acima do objetivo” de 2% – que, reforçou, não será alvo de alterações ou revisões no futuro imediato – e “as pessoas estão a sentir muito” a pressão nos preços, pelo que a palavra de ordem será aguardar. Por outro lado, o mercado laboral, apesar de não ser “uma fonte de pressão inflacionária”, continua “sólido”, sinalizando uma economia ainda bastante aquecida.

“Após 100 pontos base (p.b.) de cortes, é apropriado não nos apressarmos a fazer mais ajustes”, uma ideia que repetiu várias vezes durante a conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio da decisão da reunião de janeiro. Simultaneamente, Powell argumentou que “a nossa política está a ter efeitos na economia real”, pelo que é recomendável agir com prudência.

Também a possibilidade de tarifas nos EUA, uma ameaça recorrente de Trump, arrisca agravar a dinâmica de preços no país, complicando a tarefa da Fed de recuperar a estabilidade na frente da inflação. Juntando a isso os programas de deportação e a subsequente redução da mão-de-obra no país, a pressão inflacionista arrisca voltar a sentir-se em força.

“Temos de esperar para ver como corre”, defendeu, lembrando que a duração, incidência ou taxa associada não é ainda conhecida.

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