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Powell reconhece “situação desafiante” com mais riscos para emprego e inflação

O presidente da Fed argumentou que os efeitos das tarifas se começam a fazer sentir do lado da inflação, esperando que estes sejam “de curta duração”, e mais riscos do lado do emprego. Ainda assim, não projeta mais subidas de juros no imediato.
FILE PHOTO: Federal Reserve Board Chairman Jerome Powell holds a news conference after Powell announced the Fed raised interest rates by three-quarters of a percentage point as part of their continuing efforts to combat inflation, following the Federal Open Market Committee meeting on interest rate policy in Washington, U.S., November 2, 2022. REUTERS/Elizabeth Frantz/File Photo
10 Dezembro 2025, 20h59

A Reserva Federal está “numa boa posição” para lidar com uma “situação desafiante”, considerou Jerome Powell, que não vê mais subidas de juros no imediato como o cenário base – nem da Fed, nem de ninguém. Os riscos agora são tanto do lado da inflação, como do emprego, e, depois de uma decisão mais renhida do que em seis anos, a reunião de janeiro está em aberto.

A Reserva Federal norte-americana voltou esta quarta-feira a cortar os juros de referência em 25 pontos base (pb), em linha com o esperado pelo mercado apesar das divisões internas entre governadores que se tornaram públicas nas últimas semanas. O indicador fica assim entre 3,5% e 3,75%, o valor mais baixo desde 2022.

Powell falou numa “decisão renhida”, espelhando não só as visões opostas no seio do banco central, como o cenário macroeconómico.

“Depois de cortarmos taxas em 175 pb desde setembro passado, os juros estão agora dentro da maioria das estimativas para a taxa neutra e estamos bem posicionados para esperar e ver como evolui a economia”, argumentou.

O presidente da Fed reconheceu que “há riscos do lado do desemprego e da inflação”, sendo que, no que respeita aos preços, os efeitos das tarifas começam a notar-se. Ainda assim, “um cenário base razoável passa por estes efeitos serem de curta duração”, sentindo-se mais como um one-off do que “um problema contínuo de inflação”. Do lado do emprego, “os riscos subiram”.

Como tal, Powell não acredita “que uma subida de juros seja o cenário base de alguém”.

“O que vejo é algumas pessoas que acham que devíamos parar agora, outros que acham que devíamos cortar mais uma vez para o ano e outra no seguinte”, contrapôs.

Além do corte de juros, a reunião de dezembro trouxe também nova atualização das projeções macro do banco central. O PIB deve avançar 1,7% este ano, uma revisão em alta de 0,1 pontos percentuais (pp) em relação à última projeção, e 2,3% no próximo, 0,5 pp acima do projetado em setembro. Do lado da inflação, a Fed espera agora uma descida mais acentuada, apontando a 2,9% este ano e 2,6% em 2026 – revisões em baixa de 0,1pp e 0,2 pp, respetivamente.

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