Ricardo Leão, presidente da Câmara de Loures, vê com “estranheza” o momento escolhido pelo Governo avançar para a reconversão do hospital de Loures numa parceria público privada (PPP), considerando tratar-se de uma “decisão apressada”.
“Confesso que é estranho o timimg que o Governo encontrou para tomar esta decisão. Não deixo de manifestar estranheza”, afirmou o autarca socialista em declarações ao Jornal Económico (JE).
Assinalando não ter tido acesso ao caderno de encargos, Ricardo Leão diz ter “algumas dúvidas” relativamente à forma como é que a reconversão do hospital de Loures em PPP “vai ser feita”, nomeadamente sobre se a posição das câmaras municipais, que agora têm acento nas Unidades Locais de Saúde, se vai manter com as alterações com o Governo prepara.
O autarca nada tem, no entanto, contra as PPP, tendo até sido seu defensor no hospital de Loures, tendo em conta os “rácios muito satisfatórios” que a unidade de saúde tinha antes de passar para a esfera pública e que “não se comparam minimante com o estado degradante” a que o hospital se encontra atualmente.
Para o socialista, esta é um matéria em que a ideologia deve ficar de fora, devendo apenas responder ao “interesse da população”. “É uma matéria para mim de extrema importância”, vinca o autarca. Adiantando não ter sido abordado pelo Governo sobre o tema, Ricardo Leão afirma que quer um modelo que salvaguarde, acima de tudo o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, um modelo que responsa de forma satisfatória às necessidades da população”, porque o modelo atual “não está a conseguir fazê-lo”.
Seja como for, o socialista lembra que há um outro tema com “urgência muito maior” sobre o qual o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, já se tinha comprometido com o autarca: dedicar um Conselho de Ministros durante o mês de fevereiro para “lançar novamente um concurso público para a expansão do metropolitano ao concelho de Loures”. “Se há pressa para as questões das PPP, devia haver pressa também para a questão do metro. Faço este apelo: se há pressa para umas coisas, tem de haver pressa para outras”, remata Ricardo Leão.
O tema das PPP na saúde está em discussão no Conselho de Ministros desta sexta-feira. Em causa, segundo noticiou o Público, estão cinco hospitais: Loures, Amadora-Sintra, Vila Franca de Xira, Garcia de Orta e Braga.
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