O presente ano vai colocar um pin no mapa, mas pelas razões erradas. Os cientistas do instituto Copérnico dizem que é “praticamente certo” que 2024 eclipse 2023 como o ano mais quente desde que há registo, tendo mesmo o recorde da temperatura ser 1,5ºC acima da era pré-industrial.
Estes dados foram revelados em antecipação à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), que decorre no Azerbeijão nas próximas duas semanas. É esperado que os países assinem um novo acordo onde concordem com o aumento do financiamento para enfrentar as alterações climáticas.
O instituto Copérnico admite que a temperatura média entre janeiro e outubro foi tão elevada que os dados davam a certeza que 2024 será considerado o ano mais quente de sempre. Ainda assim, abriram uma hipótese: novembro e dezembro precisam de registar temperaturas próximas de zero para 2024 não ser o ano mais quente.
“A causa fundamental e subjacente do recorde a registar-se este ano é a alteração climática que estamos a sentir”, apontou Carlo Buontempo, diretor do instituto Copérnico, à “Reuters”. “Em geral, o clima está a aquecer. O tempo está a aquecer em todos os continentes e bacias oceânicas”.
Mas os cientistas deixam um alerta ainda maior sobre 2024. É que este ano será o primeiro em que o planeta ficará 1,5ºC mais quente do que o período pré-industrial, entre 1850 e 1900, altura em que os humanos começaram a queimar combustíveis fósseis.
“Os limites que traçámos no Acordo de Paris estão a começar a desmoronar-se, dado o passo lento da ação climática em todo o mundo”, explicou a cientista climática Sonia Seneviratne da universidade ETH Zurich, citada pela “Reuters”.
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