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Preço das casas subiu 90% em relação a 2015, enquanto salários subiram 20%

Portugal está, assim, entre os quatro países da União Europeia cujo preço das casas mais subiu. De acordo com a Pordata, no ano passado, 29,4% (aproximadamente um terço dos inquilinos) vivia em situação de sobrecarga financeira dadas as despesas com a habitação.
18 Outubro 2023, 18h32

O custo da habitação em Portugal subiu 90% face a 2015, enquanto os salários aumentaram 20%. Esta é uma das principais ideias passadas pela Pordata num retrato recente do nível de pobreza da população portuguesa, baseado em dados como a inflação, o preço dos bens essenciais ou a crise na habitação.

Com a compilação de dados, a Pordata responde a questões como “Quanto ganham os portugueses?”, “Onde é gasto esse rendimento?”, “Quantos se encontram em risco de pobreza?”, “Qual o impacto da inflação no poder de compra das famílias?” e “E quanto têm aumentado os preços das casas e das rendas?”.

Portugal está, assim, entre os quatro países da União Europeia cujo preço das casas mais subiu. De acordo com a Pordata, no ano passado, 29,4% (aproximadamente um terço dos inquilinos) vivia em situação de sobrecarga financeira dadas as despesas com a habitação.

“Verifica-se igualmente que 18,5% das crianças e jovens em Portugal vivem em situação de pobreza; que mais de um terço das famílias ganhavam, em 2021, no máximo, 833 euros  brutos mensais; que o salário mínimo atual, de 760 euros, vê na prática o poder de compra baixar para 678 euros; ou que aumentou o número de pessoas sem capacidade financeira para assegurar uma refeição de carne, peixe ou equivalente vegetariano de 2 em 2 dias (de 2,4% para 3%), entre outros indicadores”, detalha o documento divulgado pela base de estatísticas nacional por ocasião do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.

Recorrendo a dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR), segundo ano de pandemia, a Pordata recorda que, em 2021, no segundo ano de pandemia, “1,7 milhões de pessoas em Portugal encontravam-se em risco de pobreza, ou seja, viviam com rendimentos inferiores a 551 euros mensais2″; porém, “a taxa de risco de pobreza após transferências sociais desceu 2 pontos percentuais face ao ano anterior (de 18,4% para 16,4%)”, ressalvou a Pordata.

“Foi entre os mais velhos (65 ou mais anos) e o grupo das crianças e jovens (menos de 18 anos) que a taxa de risco de pobreza mais diminuiu (-3,1 p.p.4 e -1,9 p.p.). Contudo, são estes os grupos etários que evidenciam maior vulnerabilidade, já que apresentam taxas de risco de pobreza superiores ao conjunto nacional (17%, entre as pessoas com 65 ou mais anos, e 18,5% entre as crianças e jovens).  

A Pordata sublinha que parte dos “resultados dos indicadores sobre privação material e social do ICOR, referentes ao primeiro semestre de 2022, quando se começava a sentir o efeito da subida da inflação, podem já indiciar a maior dificuldade das famílias perante o aumento dos preços”. 

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