Preço do cobre atinge recorde após Trump anunciar tarifas

O preço do cobre atingiu um recorde na terça-feira após Donald Trump anunciar tarifas sobre este metal.

Os futuros dispararam 17% no índice Comex em Nova Iorque, a maior subida diária de sempre, antes de recuarem.

“Acredito que a tarifa sobre o cobre… vamos atingir 50%”, disse Donald Trump na terça-feira.

O cobre é usado pelos produtores de automóveis, elétricas, data centers para dar resposta ao aumento da procura por carros elétricos ou para ser usado nas redes elétricas.

Na próxima década, a procura por este metal deverá disparar devido à transição energética.

Esta quarta-feira, o preço recua quase 3% para 5.5210 dólares a onça em Nova Iorque; em Londres, o preço do cobre recua 0,40% para 9.790 dólares a tonelada, sendo esta a referência para os preços internacionais.

“No curto prazo, o preço vai subir significativamente” porque o mercado estava à espera de tarifas mais baixas. “Vai haver muita procura antes da tarifa surtir efeito”, disse à “Bloomberg” Juan Carlos Guajardo da Plusmining.

É uma medida inflacionista, pois o metal é usado na produção de produtos eletrónicos, automóveis, na construção de casas e nos data centers.

Para os analistas do Morgan Stanley, as tarifas vão provocar uma subida dos preços, devendo levar ao aumento dos stocks internos o que deverá aliviar o impacto no curto prazo.

O Chile é o maior fornecedor de cobre dos EUA. O país será o mais afetado pela decisão, pois fornecem 500 mil das toneladas métricas de produto em estado bruto do total de 700 mil consumidos anualmente nos EUA. A estatal chilena Codelco fornece cerca de 350 mil toneladas aos EUA.

Em termos de metal refinado, os EUA consumiram 1,6 milhões de toneladas em 2024 e o cobre já refinado pesa 36% na procura nos EUA.

O país conta com minas que produzem 850 mil toneladas, mas continua a depender das importações. O Chile é o maior fornecedor (38%), seguido do Canadá  (28%) e do México (8%).