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Presidente da AEP alerta para “desconforto” dos investidores internacionais perante clima de instabilidade

“Aquilo de que o país menos precisava neste momento era desta instabilidade a acrescer a todas as outras que vivemos. Um dos maiores inimigos do investimento e da atividade económica é a instabilidade, é a incerteza”, sublinhou Luís Miguel Ribeiro em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios. 
12 Novembro 2023, 19h35

Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração da AEP – Associação Empresarial de Portugal, considera “fundamental” que Portugal consiga “manter um clima de estabilidade e confiança neste período de transição”, alertando para um possível cenário de “desconforto” dos investidores internacionais perante a ‘Operação Influencer’.

“Aquilo de que o país menos precisava neste momento era desta instabilidade a acrescer a todas as outras que vivemos. Como todos sabemos, um dos maiores inimigos do investimento e da atividade económica é a instabilidade, é a incerteza; é o clima de falta de confiança que se possa viver nos mercados”, sublinhou em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, alertando que Portugal poderá chegar ao final do ano em recessão técnica, perante, também, um cenário internacional muito adverso.

Sobre as eleições agendadas para maio, Luís Miguel Ribeiro espera “uma solução que traga estabilidade política ao país”.

A preocupação do sector empresarial passa, segundo o presidente da AEP, pela salvaguarda da execução dos programas, ao nível da captação de investimentos, para que o país não perca “investimentos bastante relevantes”. Luís Miguel Ribeiro aponta para a necessidade de Marcelo Rebelo de Sousa “estar atento durante este período”, dado tratar-se de um contexto para o qual “os investidores internacionais podem olhar com algum desconforto”.

Sobre a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2020, o gestor mostrou-se apreensivo com os potenciais constrangimentos na mobilização desses recursos e capital, “numa altura em que as empresas e economia necessitam fortemente dessa injeção”.

“O que vamos agora ver nos próximos tempo é, provavelmente, o país a parar ou a reduzir a sua atividade, com os desafios que temos da execução do PRR, com o Portugal 2030 que ainda mal arrancou. E com todos esses recursos para aplicar, que já em condições normais seria difícil, estamos a verificar pelas taxas de execução que estamos abaixo daquilo que devíamos estar, temo que possamos estar ainda mais dificuldades para a execução destes fundos comunitários”, alertou durante a entrevista.

Ainda sobre o PRR, Luís Miguel Ribeiro recorda que os pagamentos estão a 1/3 do que deviam de estar, estando em falta nove mil milhões de euros.

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