Loic de Oliveira, presidente Lusomorango, defendeu esta sexta-feira, 18 de julho, que “é possível produzir e exportar com sustentabilidade”.
“O potencial está longe de estar esgotado. Podemos ir mais longe”, adiantou.
Uma dos obstáculos apontados pelo gestor, que é preciso vencer para ir mais longe, é a burocracia. “Não há futuro sustentável com produtores que passam mais tempo com papelada mais do que no campo (…) Temos projetos, produtos, equipa e mercados e vontade de continuar a ser uma referência, mas não podemos, nem queremos fazer o caminho sozinhos”.
O presidente da Lusomorango falava na abertura do 7. º Colóquio Lusomorango Faceco 2025, na Sociedade Recreativa São Teotonense, em São Teotónio, concelho de Odemira, promovido por esta associação de produtores de pequenos frutos, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, com o apoio da EY, e do qual o Jornal Económico é media partner .
Em debate estão os temas da segurança alimentar, investigação e inovação como resposta aos desafios alimentares, centrando-se o foco na produção agrícola nacional como âncora para promover a autonomia e soberania estratégica alimentar e como motor da sustentabilidade e do desenvolvimento da agricultura e do território rural.
Roberto Grilo, vice-presidente da CCDR (Comissão de Coordenação Regional do Alentejo), que também participou na sessão de abertura, destacou a importância do Sudoeste Alentejano – “onde o solo é fértil, mas os desafios também”, o papel central dos produtores no processo e a exigência de novas atitudes políticas.
“O tempo da Agricultura como apêndice da política económica acabou. Hoje, a Agricultura é política pública central”, afirmou Roberto Grilo”, afirmou.
Hélder Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira, que encerrou a sessão inicial, destacou o papel central de São Teotónio – “um dos lugares mais impactados nos últimos 30 anos” – e salientou o caminho percorrido pela região nas questões da água, fundamental para garantir a segurança da agricultura. “Num cenário de seca encontrámos soluções”. As empesas, acrescentou, encontraram elas próprias forma de continuaram a produzir e a criar riqueza, através da inovação e da eficiência.
Se a “agricultura é uma atividade de risco”, a paz social é um grande ativo, defendeu Hélder Guerreiro, chamando a atenção para o que se passa na vizinha Espanha e a forma de o evitar. “Não se pode ter a narrativa de um território que impacta positivamente a riqueza do país e onde encerram serviços”.
O 7º Colóquio Hortofrutícola, dedicada ao tema “Nutrir o Futuro: Produção Agrícola, Segurança, Autonomia e Soberania” está inserido no programa “Visão Estratégica para o Agroalimentar – Conhecer para Decidir, Planear para Agir, que tem como objetivo refletir e produzir conhecimento para um sector agroalimentar mais sustentável, inovador e competitivo.
O encontro junta especialistas da esfera política e autárquica, empresarial e académica. Paulo Portas, ex-vice-primeiro, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional, Álvaro Mendonça e Moura, presidente da CAP, Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, Roberto Grilo, vice-presidente da CCDR Alentejo, Susana Pombo, diretora Geral da DGAV, Eduardo Diniz, diretor Geral do GPP – Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral do Ministério da Agricultura e Mar, Nuno Canada, presidente do Conselho Diretivo do INIAV estão hoje em São Teotónio. Entre os palestrantes figuram também António Serrano, CEO da Jerónimo Martins Agroalimentar, antigo ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Ondina Afonso, presidente do Clube de Produtores Continente, Catarina Campos, Raspberry Product Leader DEMEA da Driscoll`s, Rute Xavier, da Universidade Católica, e Sandra Primitivo, responsável pela área de avaliação de políticas públicas da EY-Parthenon.
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