A convite do presidente Luong Cuong, o seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, visitará a República Socialista do Vietname nos dias 28 e 29 de março de 2025. “A visita terá por objetivo definir ações e iniciativas conjuntas para implementar a Parceria Estratégica entre o Brasil e o Vietname”, regere o gabinete da presidência brasileira.
A iniciativa decorrer de um encontro anterior entre o primeiro-ministro do Vietname, Pham Minh Chin, e Lula da Silva, se reuniram à margem da Cimeira do G20, no Rio de Janeiro, no final do ano passado.
A elevação das relações diplomáticas com o Vietname ao nível de Parceria Estratégica “possibilitará aprofundar o diálogo político, reforçar a cooperação económica, intensificar o fluxo de comércio e os investimentos, fortalecer a coordenação em temas da agenda multilateral e impulsionar novas iniciativas de cooperação”, refere a mesma fonte.
Esta é mais uma das iniciativas que vários Estados sul-americanos têm vindo a colocar na sua agenda de prioridades, depois de a administração norte-americana ter lançado uma ‘guerra’ tarifária que se estende aos mais diversos países. Os Estados têm vindo a apostar na diversificação do multilateralismo, na tentativa de substituir as parcerias comerciais mantidas com os Estados Unidos.
Em 2024, Brasil e Vietname registaram um intercâmbio comercial de 7,7 mil milhões de dólares, com superávit brasileiro de 415 milhões. O Vietname consolidou-se como o quinto destino global das exportações do agronegócio brasileiro e destaca-se como um dos principais produtores mundiais de café, arroz e produtos eletrónicos, “setores nos quais há potencial para ampliar a cooperação bilateral”.
O governo brasileiro teve já oportunidade de lamentar a decisão tomada pelo governo norte-americano na semana passada, de elevar para 25% as tarifas sobre importações de aço e de alumínio dos Estados Unidos provenientes de todos os países e de cancelar todos os acordos vigentes relativos a quotas de importação desses produtos. Tais medidas, refere o gabinete, “terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA, que, em 2024, foram da ordem dos 3,2 mil milhões de dólares.
“Em defesa das empresas e dos trabalhadores brasileiros e em linha com o seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração económica entre os dois países”. Segundo os dados do governo norte-americano, os EUA mantêm um superávit comercial de longa data com o Brasil, que foi, em 2024, da ordem dos sete mil milhões de dólares, somente no capítulo dos bens.
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