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Presidente moçambicano com garantias de “empenho” da TotalEnergies para retomar projeto de gás

“Durante a conversa, Pouyanné reafirmou o empenho da TotalEnergies em retomar o projeto, atualmente suspenso desde 2021, devido aos desafios de segurança na região”, escreveu Daniel Chapo, numa mensagem na sua conta oficial na rede social X.
epa11826051 Mozambique’s President-elect Daniel Chapo holds a flag of the Presidential Pavilion during his inauguration ceremony as Mozambique’s fifth president at Independence Square in Maputo, Mozambique, 15 January 2025. On 23 December, Chapo, 48, was declared the winner of the presidential election by the Constitutional Council (CC) with 65 percent of the vote in the general elections held on 9 October, which included legislative and provincial assembly elections also won by Frelimo. EPA/LUISA NHANTUMBO
28 Janeiro 2025, 10h22

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, disse hoje que recebeu do líder da TotalEnergies a garantia do “empenho” da petrolífera francesa na retoma do projeto de Gás Natural Liquefeito em Cabo Delgado, após conversar com Patrick Pouyanné.

“Durante a conversa, Pouyanné reafirmou o empenho da TotalEnergies em retomar o projeto, atualmente suspenso desde 2021, devido aos desafios de segurança na região”, escreveu Daniel Chapo, numa mensagem na sua conta oficial na rede social X.

O contacto com o presidente executivo da TotalEnergies aconteceu na segunda-feira e segundo Daniel Chapo permitiu abordar “o progresso e o compromisso da empresa com o desenvolvimento do projeto de exploração de gás natural em Cabo Delgado”, suspenso há quase quatro anos devido aos ataques terroristas naquela província do norte.

“Do nosso lado, reafirmamos a importância do projeto para o crescimento económico de Moçambique, pelo que se está a envidar esforços visando garantir a estabilidade necessária para a sua implementação”, afirmou o chefe de Estado moçambicano.

O presidente da TotalEnergies assegurou em outubro passado que quase 80% dos 14 mil milhões de dólares necessários para o megaprojeto de gás em Cabo Delgado estão garantidos e que pretendia reunir-se no mesmo mês, em Maputo, com o novo Presidente moçambicano, a eleger nas eleições gerais de 09 de outubro.

O encontro acabou por não acontecer nessa altura, período desde então marcado por forte agitação social e manifestações pós-eleitorais de contestação aos resultados anunciados, que deram a vitória a Daniel Chapo.

Num encontro com investidores, em outubro, Patrick Pouyanné reconheceu então “progressos no terreno”, no combate ao terrorismo que em 2021 levou a TotalEnergies a suspender o investimento em Cabo Delgado, e sublinhou a “aliança” que Moçambique tem com o Ruanda, que assegura a segurança na área de instalação do projeto, na península de Afungi.

“Há uma eleição em Moçambique [eleições gerais em 09 de outubro], um novo Presidente há de chegar. Eu próprio tenciono visitar Moçambique no final do mês, para me encontrar com ele, para discutir a forma como as novas autoridades moçambicanas tencionam manter esta aliança com o Ruanda”, anunciou então Patrick Pouyanné, visita que não aconteceu na ocasião.

Pouyanné acrescentou na mesma altura que o projeto para aquela área, “herdado da Anadarko” – A TotalEnergies comprou em 2019 a quota de 26,5% daquela petrolífera no Mozambique LNG (Área 1) por 3,9 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros) -, contava com um pacote de financiamento “bastante grande”, de cerca de 14 mil milhões de dólares (13,4 mil milhões de euros), e que, desse total, “70 a 80%” está “confirmado” pelos financiadores.

“Estão empenhados nisso e estamos à espera que três deles confirmem também o seu compromisso, porque é importante. E alguns deles estão em países ocidentais onde, eu diria, a posição em relação ao financiamento de projetos energéticos, de projetos de petróleo e gás mudou. Mas todos eles nos dizem, repetem-nos, que estão comprometidos com o contrato que assinaram. Por isso, estamos à espera das luz verde para este financiamento”, explicou, garantindo que só aguardavam essa confirmação para “reiniciar o projeto”.

O objetivo, insistiu, é o início de produção de Gás Natural Liquefeito (LNG, na sigla em inglês) em Afungi em 2029, o que implicava a previsão de “reinicio do projeto em 2024”, que não aconteceu.

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

A TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, em Afungi, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de gás natural.

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