Presidente: “Precisamos de mais Nações Unidas, e não menos”
O Presidente da República afirmou esta terça-feira que Portugal, seguindo as linhas de orientação de António Guterres, tem defendido o multilateralismo, apoiado as orientações internacionais e pago atempadamente as contribuições obrigatórias. “Nós, patriotas, sabemos que precisamos de mais Nações Unidas, e não menos”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, no debate geral da 74ª sessão da Assembleia-Geral (AG) da Organização das Nações Unidas (ONU).
No seu discurso em Nova Iorque, o Presidente da República sinalizou “sinais preocupantes”, como a subida de tensões internacionais, as guerras comerciais, económico-financeira e das divisas e a falta de investimento no Direito Internacional. “Assistimos nos últimos 40 a 50 anos a tantas mudanças. O mundo tinha duas superpotências e passou a ter uma superpotência absoluta; caminha para o multipolarismo e exige um multilateralismo”, argumentou. A seu ver, os países não devem cair no erro de apenas contarem com o resto do mundo que forem iguais a si.
Como pontos positivos, Marcelo Rebelo de Sousa destacou, por exemplo, a aposta no clima e na proteção dos oceanos, o sucesso da Cimeira do Clima, os avanços na saúde materno-infantil e o acordo entre a União Europeia e a Mercosul. “Portugal defende o cumprimento do Acordo de Paris e participa em oito operações de manutenção da paz, seis das quais em África”, lembrou à audiência composta por cerca de 150 chefes de Estado e de Governo.
O chefe de Estado português disse ainda que o país considera “importante a reforma iniciada na gestão, no sistema de desenvolvimento, na arquitetura de paz e segurança das Nações Unidas”, fazendo também referência ao reajustamento do Conselho de Segurança. “É fundamental manter o diálogo, a prevenção de conflitos, a conjugação de iniciativas em domínios de interesse comum. Há que resistir à tentação de olhar para o nosso ego, o nosso poder, a nossa próxima eleição, o apelo imediatista dos tempos difíceis ou da mudança acelerada”, realçou no seu discurso na AG das Nações Unidas, que começou hoje e decorre até à próxima segunda-feira, 30 de setembro.
