A Primark classifica como “enganosas e imprecisas” as acusações de que é alvo por parte da organização Changing Markets Foundation, cuja mais recente investigação deixou sob fogo várias retalhistas internacionais de vestuário, que são acusadas de dar um destino diferente ao prometido às roupas doadas para reutilização.
“Relativamente ao relatório desenvolvido pela organização CMF – Changing Markets Foundation, no qual a Primark é referida, informamos que a Primark não foi contactada pela Changing Markets Foundation antes da publicação do relatório e que as alegações acerca da Primark são enganosas e imprecisas e que é incorreto afirmar, incluindo a Primark nestes retalhistas, que a maioria das roupas doadas a grandes cadeias, como H&M, C&A e Primark, acabam “destruídas”, “abandonadas” ou “em destino incerto em África””, refere a retalhista num comunicado enviado hoje à imprensa.
A nota de defesa foi emitida depois de a organização sediada nos Países Baixos ter tornado pública uma investigação que revela que várias cadeias internacionais “deitam fora roupas que prometeram salvar”.
Segundo a Changing Markets Foundation, a maior parte das roupas doadas a grandes marcas, que prometem reutilizá-las ou reciclá-las, é destruída, deixada em armazéns ou enviada para África.
A ONG rastreou vários artigos doados a lojas da H&M, Zara, C&A, Primark, Nike, The North Face, Uniqlo e M&S na Bélgica, França, Alemanha e Reino Unido, e outros doados a uma grande cadeia de vendas online, usando “air tags” da Apple (dispositivos que enviam a localização).
No mesmo comunicado, a empresa acrescenta que não existe “nada que demonstre que o artigo de vestuário referido no esquema de retoma da Primark tenha sido deitado fora ou descartado. Aliás, o artigo (um Hoodie) está atualmente no armazém de um revendedor de vestuário na Hungria e pronto para ser revendido”.
“Através da parceria da Primark com a Yellow Octopus, apenas é autorizada a revenda de roupa num pequeno número de países aprovados na Europa e a Yellow Octopus tem uma política de não deposição em aterro. Por isso, é enganador sugerir que a roupa que integra o esquema de retoma da Primark acaba abandonada ou descartada em África”, continua.
Dado a Primark não ter sido contactada antes da publicação do artigo (como aconteceu com outros Media europeus, que tivemos a oportunidade de esclarecer), vínhamos solicitar a atualização do artigo.
“O nosso esquema de retoma é gerido pela Yellow Octopus, uma organização especialista em reciclagem de tecidos com uma política de não deposição em aterro e, juntos, tomamos várias medidas para garantir que as roupas doadas através do esquema de retoma sejam geridas de forma responsável. Acreditamos que o hoodie seguiu os procedimentos definidos e está agora num revendedor de roupas em Budapeste, na Hungria”, refere a empresa irlandesa na mesma nota.
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