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Primeiro-ministro do Canadá quer proibir estrangeiros de comprar casas

Se for reeleito, Justin Trudeau promete que, nos dois próximos anos, impedirá os estrangeiros de comparem casa no país. Mas as eleições antecipadas dão-se porque pretende recuperar a maioria absoluta que perdeu em 2019.
24 Agosto 2021, 15h29

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, prometeu introduzir uma proibição de dois anos para compradores de casas estrangeiros para combater a acessibilidade ao país por via da habitação. Se for reeleito, Trudeau compromete-se assim a fechar uma das portas de acesso ao Canadá.

A restrição proposta é uma tentativa de arrefecer um mercado imobiliário que viu os preços subirem durante a pandemia de Covid-19 – de tal forma, que os custos da habitação acabaram por transformar-se numa questão-durante a campanha eleitoral para as eleições marcadas para 20 de setembro, na qual Trudeau espera recuperar a maioria no parlamento.

O número de casas vendidas diminuiu nos últimos quatro meses após um boom de atividade imobiliária, mas os preços permanecem perto de níveis recorde: o custo médio de uma habitação estava próximo do meio milhão de euros em julho, de acordo com a Canadian Real Estate Association, citado pela agência “Bloomberg”, um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O primeiro-ministro convocou eleições antecipadas para 20 de setembro, depois de decidir que só dessa forma teria a garantia de que o país apoia o plano do governo de recuperação da pandemia de Covid-19.

“As decisões que o governo agora tomar definirão o futuro dos nossos filhos e netos”, disse Trudeau em conferência de imprensa na semana passada, citado por vários jornais. “Neste momento crucial e consequente, quem não gostaria de ter uma palavra a dizer?”, acrescentou – deixando a oposição um pouco perdida na resposta a dar à decisão.

Trudeau já pediu à governadora geral Mary Simon, a representante do chefe de Estado, a rainha Isabel II, para dissolver o Parlamento. Segundo as sondagens, os liberais do primeiro-ministro devem assegurar mais uma vitória, a terceira consecutiva, mas podem não recuperar a maioria na Câmara dos Comuns. Ou seja, no final da operação Trudeau pode continuar a depender de coligações, precisamente aquilo que quer evitar com a antecipação das eleições.

Os estudos de opinião indicam que os Liberais ganham com 35% dos votos, com os Conservadores a atingir os 30% e os Novos Democratas 19%. Desde que perdeu a maioria nas eleições de 2019, Justin Trudeau tem precisado dos votos de outros partidos.

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