O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, prometeu introduzir uma proibição de dois anos para compradores de casas estrangeiros para combater a acessibilidade ao país por via da habitação. Se for reeleito, Trudeau compromete-se assim a fechar uma das portas de acesso ao Canadá.
A restrição proposta é uma tentativa de arrefecer um mercado imobiliário que viu os preços subirem durante a pandemia de Covid-19 – de tal forma, que os custos da habitação acabaram por transformar-se numa questão-durante a campanha eleitoral para as eleições marcadas para 20 de setembro, na qual Trudeau espera recuperar a maioria no parlamento.
O número de casas vendidas diminuiu nos últimos quatro meses após um boom de atividade imobiliária, mas os preços permanecem perto de níveis recorde: o custo médio de uma habitação estava próximo do meio milhão de euros em julho, de acordo com a Canadian Real Estate Association, citado pela agência “Bloomberg”, um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O primeiro-ministro convocou eleições antecipadas para 20 de setembro, depois de decidir que só dessa forma teria a garantia de que o país apoia o plano do governo de recuperação da pandemia de Covid-19.
“As decisões que o governo agora tomar definirão o futuro dos nossos filhos e netos”, disse Trudeau em conferência de imprensa na semana passada, citado por vários jornais. “Neste momento crucial e consequente, quem não gostaria de ter uma palavra a dizer?”, acrescentou – deixando a oposição um pouco perdida na resposta a dar à decisão.
Trudeau já pediu à governadora geral Mary Simon, a representante do chefe de Estado, a rainha Isabel II, para dissolver o Parlamento. Segundo as sondagens, os liberais do primeiro-ministro devem assegurar mais uma vitória, a terceira consecutiva, mas podem não recuperar a maioria na Câmara dos Comuns. Ou seja, no final da operação Trudeau pode continuar a depender de coligações, precisamente aquilo que quer evitar com a antecipação das eleições.
Os estudos de opinião indicam que os Liberais ganham com 35% dos votos, com os Conservadores a atingir os 30% e os Novos Democratas 19%. Desde que perdeu a maioria nas eleições de 2019, Justin Trudeau tem precisado dos votos de outros partidos.
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