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Primestar: integração no Santander Totta já começou

Os 140 trabalhadores transferidos pelo ex-Banco Popular para a Primestar já estão a ser integrados no Banco Santander Totta, revela o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI).
7 Março 2018, 07h35

Os trabalhadores das empresas incorporadas no Banco Santander Totta, nomeadamente do ex-Banco Popular, vão manter os seus direitos e a contagem do tempo de serviço antes da fusão. É caso dos 140 trabalhadores da Primestar sociedade do Banco Popular que era responsável pelas recuperações de créditos e gestão de activos imobiliários, e das atividades informáticas das empresas Ingenieria e Produban. Vão ser agora integrados após a absorção  do Popular que surgiu depois da medida de resolução decretada por Bruxelas em junho do ano passado, que permitiu ao Santander tomar o rival por um euro.

“Em resultado da fusão, por incorporação, do Banco Popular no Santander Totta, os trabalhadores que tinham sido transferidos do Banco Popular para a Recbus (posteriormente, Primestar) vão ser integrados no Banco Totta”, avançou nesta terça-feira, 6 de março, o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI).

Os sindicatos dos bancários tinham recebido, no início do ano, a garantia da administração do banco liderado por António Vieira Monteiro que a manutenção de direitos e a contagem do tempo de serviço de trabalhadores do ex-Banco Popular seria estendida a empresas do banco que também foram integradas, no ano passado, no Santander Totta.

A Federação Nacional do Setor Financeiro (Febase), enquanto representante de mais de 75% dos bancários sindicalizados, reuniu-se com a administração do Banco Santander Totta (BST)  a 31 de janeiro. O objetivo do encontro foi o de analisar a situação decorrente da fusão por incorporação do Banco Popular e que foi “dada a garantia que estavam assegurados os postos de trabalho do ex-Banco Popular”, avançou na altura o secretário geral da Febase, Mário Mourão ao Jornal Económico.

Em causa, estão 140 trabalhadores da Primestar  e ainda 12 trabalhadores da seguradora Eurovida, além dos 1.000 trabalhadores do ex-Banco Popular.

O SBSI, um dos sindicatos verticais que integra a Febase, dá agora conta que a referida integração já está a operar-se. “Para tanto, estão a ser apresentados aos trabalhadores contratos individuais de trabalho, para que estes passem a ficar vinculados ao Banco Santander Totta”, revela o SBSI.

Para SBSI, da análise à minuta do contrato de trabalho que está a ser apresentado aos trabalhadores e dos esclarecimentos obtidos junto dos Recursos Humanos do Banco, “a sua redação, na generalidade, salvaguarda os direitos dos trabalhadores”.

Este sindicato alerta, contudo, que há situações específicas, relacionadas com as condições individuais de cada um, que deverão ser colocadas pelos próprios trabalhadores.

Os sindicatos da Febase têm estado a prestar apoio jurídico a todos os seus sócios relativamente a esta matéria, tendo verificado que algumas das questões têm sido resolvidas através de esclarecimentos individuais que o banco Santander Totta está a prestar àqueles que as colocam.

Fusão foi concretizada em dezembro

O Santander Totta concluiu a 27 de dezembro do ano passado, a aquisição e fusão com o Banco Popular Portugal, que deixou de existir.

Com a concretização da fusão, após obtidas as autorizações dos reguladores, “o Banco Popular Portugal deixa de existir enquanto entidade jurídica, sendo todos os seus direitos e obrigações transferidos para o Banco Santander Totta”, adiantou na altura o banco liderado por Vieira Monteiro.

Além da compra da totalidade do capital do Popular Portugal, feita directamente ao Popular Español, a equipa de Vieira Monteiro aprovou ainda a aquisição de 84,07% da seguradora Eurovida à instituição espanhola, bem como, da carteira de activos da Consulteam por parte da Totta Urbe. E concretizou a compra da Primestar Servicing.

A 6 de junho de 2017, o Banco Central Europeu (BCE) decretou que o grupo espanhol Banco Popular não era viável e determinou a sua resolução. O espanhol Santander acordou então comprar o Popular pelo preço simbólico de um euro.

Para permitir a compra, o conselho de administração do Banco Santander fez um aumento de capital de sete mil milhões de euros, para garantir o capital e as provisões necessários para que o Banco Popular possa operar com normalidade.

A operação teve impacto em Portugal, onde o Banco Popular tinha o Banco Popular Portugal. Inicialmente, o Santander adquiriu também o Banco Popular Portugal, mas deu a indicação de que este seria vendido e integrado no Santander Totta, incluindo os seus 1.000 trabalhadores, numa operação interna.

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